No post anterior, listei o que aconteceu de pior na televisão brasileira em 2016. Neste, listarei os melhores. Alguns dizem que está ficando cada vez mais difícil encontrar momentos positivos na telinha com o passar dos anos. Mas se tivemos coisas ruins, tivemos coisas muito boas nesse ano que está indo embora.
Vale ressaltar mais uma vez que a lista é baseada em minha opinião e visão dos fatos. Podem haver injustiça e esquecimentos. Dito isso, vamos aos melhores:
OLHA ELAAA! Amada e odiada, heroína para uns, vilã para outros. NaPaula foi a verdadeira e única protagonista do "BBB 16"; Causou todas e fez o reality, já desgastado, repercutir. A expulsão da "sister" causou um cancelamento em massa das assinaturas de pay-per-view. Ana não deixou a fama se tornar passageira e usou isso ao seu favor. Passou por vários programas da Globo, chegando a se tornar repórter do Vídeo Show e conseguiu até uma participação (hilária) em "Haja Coração". Se continuará sendo o sucesso que foi esse ano, só o tempo dirá. Mas é fato que ela ganhou uma legião de fãs.
Depois de um tempo na "geladeira" da Globo, o programa voltou para sua "provável" última temporada. Produção impecável, o programa soube se adaptar às noites de sábado trazendo uma atração divertida, misturando humor e musical. Fernanda Lima e o elenco de colaboradores e assistentes estiveram impecáveis e com um ótimo entrosamento.
"Amor & Sexo" soube tratar de temas espinhosos e polêmicos de uma maneira extremamente leve e natural. O sexo era o ponto principal, mas também foram debatidas questões como saúde e intolerância. Com destaque para a bem bolada competição em que três homens héteros encarnavam drag queens no palco. Além de mais uma vez questionar o tabu da nudez, em plena época em que os conservadores espumam de raiva nas redes sociais. Por conta da ótima temporada, a Globo tratou logo de ressuscitar o programa para mais uma temporada em 2017.
Novela de época com núcleo caipira, animais tendo mais destaque que muitos personagens e muitas guerras de comida. Há quem goste, há quem odeie. Mas é fato que esse estilo de novela é um sucesso pois Walcyr Carrasco sabe muito bem como fazer isso. Totalmente descompromissada, "Êta Mundo Bom!" conseguiu divertir e foi um sucesso. Conseguiu abusar dos estereótipos dos personagens sem ficar irritante. E foi capaz de falar do "cegonho" em plena seis horas da tarde. Sérgio Guizé encarnou com maestria o protagonista Candinho, assim como foram ótimas as atuações de Eliane Giardini (Anastácia), Marco Nanini (Pancrácio e Pandolfo) e Bianca Bin (Maria). É verdade que muita gente torce o nariz para o didatismo e incoerências das histórias de Walcyr, mas é inegável que ele consegue emplacar em qualquer horário de novela.
Sem "A Fazenda", a Record apostou suas fichas no novo reality que estreou esse ano. "Power Couple Brasil" se mostrou um ótimo e interessante reality. O casais participantes foram muito bem escolhidos. O reality teve boa audiência e repercussão, bons momentos não faltaram. E ainda renovou o acervo de memes da Gretchen e deu a vitória merecida ao casal Laura e Jorge. O único defeito foi o fato de ter sido gravado com meses de antecedência e exibido semanalmente, mas nada que não possa ser mudado nas próximas edições.
Trama das onze impecável assinada por Mário Teixeira. A direção e fotografia dispensam comentários. O elenco foi primoroso. Andréia Horta deu um show na pele da protagonista Joaquina/Rosa, Marco Ricca surpreendeu com o Mão de Luva, e mais uma vez Lília Cabral arrasou como Virgínia. A cena de sexo entre André (Caio Blat) e Tolentino (Ricardo Pereira), foi sutil e bem delicada. Momento histórico, e não há o que discutir.
Apesar da audiência não muito boa (por culpa da própria Record), a novela de Gustavo Reiz definitivamente figura a lista do melhor da dramaturgia do ano. Um clássico folhetim, e muito bem feito. Direção, elenco, fotografia e texto chegam a ser bem superiores do que é visto nas novelas bíblicas que a emissora joga tanto confete. Não foi à toa que a novela feita em parceria com a Casablanca foi indicada à vários prêmior. Uma pena que "Escrava Mãe" sofreu tantos atrasos na exibição, indo ao ar totalmente gravada. A Record não soube valorizar o bom produto que tinha na mão.
Rosane Svartman e Paulo Halm, autores de duas temporadas de "Malhação", estrearam em grande estilo no horário das 19h. Acertou em cheio em trazer o romance de "conto de fadas" que o público tradicional adora. Mas de uma maneira antenada, usando e abusando de referências à cultura pop. Com isso, trazendo o público jovem para a TV. Público jovem aliás que se manifestou em torcidas fervorosas para os casais da novela nas redes sociais. "Joliza", "Carthur", "Gerlili", "Cassinho" e companhia deixaram saudades.
O "canal campeão" da Globosat foi o grande destaque da cobertura olímpica. Foi uma ótima iniciativa lançar 16 canais para a transmissão dos jogos, possibilitando o público a oportunidade de ver aquilo que lhe interessasse, ao invés de ficar refém dos canais que transmitem as mesmas modalidades.
Não apenas a melhor série do ano como também foi a melhor obra de teledramaturgia em 2016 no Brasil. Uma grande produção com o ótimo texto de Manuela Dias e com a boa direção de José Luiz Villamarim. Com uma narrativa arrojada, pudemos ficar na expectativa sobre o desfecho de cada uma das quatro histórias apresentadas (que se interligavam, outro ponto a se destacar). Além disso proporcionou grandes atuações de Adriana Esteves, Débora Bloch, Drica Moraes, Enrique Diaz, Jesuíta Barbosa, Vladmir Brichta, Leandra Leal, entre outros.
Mesmo com muita gente torcendo contra, Fábio Porchat estreou na Record. O "Programa do Porchat" não traz nada de diferente em comparação aos late nights já existentes tanto na TV internacional quanto na brasileira, mas diverte. Os entrevistados são muito bem escolhidos e Fábio consegue arrancar declarações diferentes das já esperadas. Um bom programa.
Á novela de Manoel Carlos exibida em 2000 calou a boca dos fãs enjoados do Viva que reclamavam da reprise de uma trama "recente" (tão recente que foi exibida há 16 anos). "Laços de Família" se tornou a maior audiência do canal e ainda repercutiu muito nas redes sociais. Pudemos rever Helena (Vera Fischer) e novamente sentir raiva de Camila (Carolina Dieckman). Época em que Manoel Carlos estava bem inspirado para escrever boas histórias.
Ainda no assunto televisão, tivemos dois ótimos programas de entrevistas que valorizaram os grandes nomes que fizeram e fazem a TV. "Persona em Foco" da Cultura nos proporciona boas entrevistas com grandes atores do nosso país. Muita coisa legal é relatada. Já o "Ofício em Cena" da Globo News, vai um pouco mais além. Entrevista autores, autores, diretores, e pessoas anônimas para muitos, mas que fazem as grandes produções que vemos na tela.
O mais tradicional talk-show da TV brasileira teve sua última e derradeira temporada. E não poderia ter sido da melhor forma. Vimos um Jô emocionado que celebrou a longevidade de seu programa. Comandando entrevistas históricas como a de Faustão e Roberto Carlos. Vai deixar saudades.
Duas novelas que estrearam nesse fim de ano, mas que vale a pena destacar a qualidade. "Carinha de Anjo" do SBT traz o mesmo enredo maniqueísmo e didático das novelas infanto-juvenis anteriores, mas a trama de Leonor Corrêa mostra uma evolução de fotografia e texto. Lorena Queiroz, a Dulce Maria, é uma fofa e demonstra talento de gente grande.
Já "Rock Story", de Maria Helena Nascimento é a melhor novela da atualidade. Foge da comédia pastelão marcantes nas tramas das 19h anteriores. Tendo o mundo da música como pano de fundo, traz um enredo bem feito e envolvente. Os personagens Gui (Vladmir Brichta) e Diana (Alinne Moraes) são dois anti-heróis incríveis e apaixonantes. Além de vários outros personagens bem construídos e nada maniqueístas. A grande aposta para 2017.
Sabe quando o inspirado supera o inspirador? Esse foi o caso da "Rede Clone", emissora de TV fictícia do canal "Raridades" do YouTube. Inicialmente como paródias "fan-made" da Salt Cover, e com o retorno da mesma, tornou-se a "Rede Clone". A proposta é a mesma, parodiar a televisão através das vinhetas e grafismos, mas a "Clone" vai além. Brinca com acontecimentos atuais como se fossem no passado, além de usar várias referências (principalmente da TV Americana), não só da Globo como muitos genéricos do YT fazem. Um trabalho incrível e que deve fazer muito mais sucesso.
E o recente spin-off "Disk Dunny" também simboliza essa evolução. Duny, a personagem mais querida e escrachada vive momentos divertidíssimos em episódios que satirizam os acontecimentos recentes da cultura pop.
Esta foi a lista dos melhores de 2016, baseados em minha opinião. E como esse é o último post do ano, desejo a todos os leitores um feliz 2017.
Vale ressaltar mais uma vez que a lista é baseada em minha opinião e visão dos fatos. Podem haver injustiça e esquecimentos. Dito isso, vamos aos melhores:
Ana Paula Renault
Amor & Sexo
"Amor & Sexo" soube tratar de temas espinhosos e polêmicos de uma maneira extremamente leve e natural. O sexo era o ponto principal, mas também foram debatidas questões como saúde e intolerância. Com destaque para a bem bolada competição em que três homens héteros encarnavam drag queens no palco. Além de mais uma vez questionar o tabu da nudez, em plena época em que os conservadores espumam de raiva nas redes sociais. Por conta da ótima temporada, a Globo tratou logo de ressuscitar o programa para mais uma temporada em 2017.
Êta Mundo Bom!
Power Couple Brasil
Liberdade, Liberdade
Escrava Mãe
Totalmente Demais
SporTV
Justiça
Programa do Porchat
Laços de Família no Viva
Tamanho Família
O programa de Márcio Garcia tem uma proposta simplória, um game-show com famílias de famosos. Porém, em um momento em que tanto Geraldo Luiz e Celso Portiolli lançaram mão do assistencialismo e histórias sofridas, "Tamanho Família" foi um respiro de alívio nas tardes de domingo. Missão cumprida.Novela - 65 Anos de Emoções
Como já foi dito neste blog, a série de documentários da TV Cultura foi uma maravilhosa iniciativa do canal. Foram oito episódios contando a história da novela no Brasil, relatando muito momentos desconhecidos do público. Aliás, a narrativa leve e texto simples transformaram o mesmo em um programa ótimo para todos, não só para os apaixonados por televisão. A Cultura já tem um histórico de programas que contam a história da televisão, e mais uma vez trouxe uma boa produção.Ofício em Cena e Persona em Foco
Programa do Jô
Ding Dong
Um divertido game show do Domingão do Faustão. Em todas as edições pudemos rever artistas sumidos atualmente e que marcaram o passado. Uma oportunidade incrível para o público matar as saudades das músicas que embalaram a vida de muita gente.Rock Story e Carinha de Anjo
Já "Rock Story", de Maria Helena Nascimento é a melhor novela da atualidade. Foge da comédia pastelão marcantes nas tramas das 19h anteriores. Tendo o mundo da música como pano de fundo, traz um enredo bem feito e envolvente. Os personagens Gui (Vladmir Brichta) e Diana (Alinne Moraes) são dois anti-heróis incríveis e apaixonantes. Além de vários outros personagens bem construídos e nada maniqueístas. A grande aposta para 2017.
Rede Clone
Girls in The House e Disk Dunny
"Girls in The House" até pouco tempo atrás estava "escondida " no YouTube. E em 2016, virou febre na internet. A web-série de Raony Philips que usa como animação o jogo "The Sims", capricha nos momentos de humor e situações absurdas que nos proporcionam muitos memes. Nesses últimos episódios, aliás, pudemos notar uma evolução no texto e nas tiradas ditas pelos personagens.E o recente spin-off "Disk Dunny" também simboliza essa evolução. Duny, a personagem mais querida e escrachada vive momentos divertidíssimos em episódios que satirizam os acontecimentos recentes da cultura pop.
Silvio Santos
E mais uma vez, o rei da televisão brasileira reinou absoluto em 2016. Silvio debochou, ironizou, brincou e riu de si mesmo nesse ano. Fingiu estar hipnotizado, quase trocou de roupa no palco, Fez um "passeio" com Helen Ganzarolli e quase tascou um beijo na sua "amada". A internet foi a loucura. Com uma carreira consolidada, Silvio já não se sente mais na obrigação de manter uma imagem e se permite brincar na televisão. Esperamos que continue assim, mas no palco, não na programação do SBT.Esta foi a lista dos melhores de 2016, baseados em minha opinião. E como esse é o último post do ano, desejo a todos os leitores um feliz 2017.