sábado, 31 de dezembro de 2016

SINAL VERDE: O Melhor da TV em 2016

No post anterior, listei o que aconteceu de pior na televisão brasileira em 2016. Neste, listarei os melhores. Alguns dizem que está ficando cada vez mais difícil encontrar momentos positivos na telinha com o passar dos anos. Mas se tivemos coisas ruins, tivemos coisas muito boas nesse ano que está indo embora.

Vale ressaltar mais uma vez que a lista é baseada em minha opinião e visão dos fatos. Podem haver injustiça e esquecimentos. Dito isso, vamos aos melhores:

Ana Paula Renault

OLHA ELAAA! Amada e odiada, heroína para uns, vilã para outros. NaPaula foi a verdadeira e única protagonista do "BBB 16"; Causou todas e fez o reality, já desgastado, repercutir. A expulsão da "sister" causou um cancelamento em massa das assinaturas de pay-per-view. Ana não deixou a fama se tornar passageira e usou isso ao seu favor. Passou por vários programas da Globo, chegando a se tornar repórter do Vídeo Show e conseguiu até uma participação (hilária) em "Haja Coração". Se continuará sendo o sucesso que foi esse ano, só o tempo dirá. Mas é fato que ela ganhou uma legião de fãs.

Amor & Sexo

Depois de um tempo na "geladeira" da Globo, o programa voltou para sua "provável" última temporada. Produção impecável, o programa soube se adaptar às noites de sábado trazendo uma atração divertida, misturando humor e musical. Fernanda Lima e o elenco de colaboradores e assistentes estiveram impecáveis e com um ótimo entrosamento.

"Amor & Sexo" soube tratar de temas espinhosos e polêmicos de uma maneira extremamente leve e natural. O sexo era o ponto principal, mas também foram debatidas questões como saúde e intolerância. Com destaque para a bem bolada competição em que três homens héteros encarnavam drag queens no palco. Além de mais uma vez questionar o tabu da nudez, em plena época em que os conservadores espumam de raiva nas redes sociais. Por conta da ótima temporada, a Globo tratou logo de ressuscitar o programa para mais uma temporada em 2017.

Êta Mundo Bom!

Novela de época com núcleo caipira, animais tendo mais destaque que muitos personagens e muitas guerras de comida. Há quem goste, há quem odeie. Mas é fato que esse estilo de novela é um sucesso pois Walcyr Carrasco sabe muito bem como fazer isso. Totalmente descompromissada, "Êta Mundo Bom!" conseguiu divertir e foi um sucesso. Conseguiu abusar dos estereótipos dos personagens sem ficar irritante. E foi capaz de falar do "cegonho" em plena seis horas da tarde. Sérgio Guizé encarnou com maestria o protagonista Candinho, assim como foram ótimas as atuações de Eliane Giardini (Anastácia), Marco Nanini (Pancrácio e Pandolfo) e Bianca Bin (Maria). É verdade que muita gente torce o nariz para o didatismo e incoerências das histórias de Walcyr, mas é inegável que ele consegue emplacar em qualquer horário de novela.

Power Couple Brasil

Sem "A Fazenda", a Record apostou suas fichas no novo reality que estreou esse ano. "Power Couple Brasil"  se mostrou um ótimo e interessante reality. O casais participantes  foram muito bem escolhidos. O reality teve boa audiência e repercussão, bons momentos não faltaram. E ainda renovou o acervo de memes da Gretchen e deu a vitória merecida ao casal Laura e Jorge. O único defeito foi o fato de ter sido gravado com meses de antecedência e exibido semanalmente, mas nada que não possa ser mudado nas próximas edições.

Liberdade, Liberdade

Trama das onze impecável assinada por Mário Teixeira. A direção e fotografia dispensam comentários. O elenco foi primoroso. Andréia Horta deu um show na pele da protagonista Joaquina/Rosa, Marco Ricca surpreendeu com o Mão de Luva, e mais uma vez Lília Cabral arrasou como Virgínia. A cena de sexo entre André (Caio Blat) e Tolentino (Ricardo Pereira), foi sutil e bem delicada. Momento histórico, e não há o que discutir.

 Escrava Mãe

Apesar da audiência não muito boa (por culpa da própria Record), a novela de Gustavo Reiz definitivamente figura a lista do melhor da dramaturgia do ano. Um clássico folhetim, e muito bem feito. Direção, elenco, fotografia e texto chegam a ser bem superiores do que é visto nas novelas bíblicas que a emissora joga tanto confete. Não foi à toa que a novela feita em parceria com a Casablanca foi indicada à vários prêmior. Uma pena que "Escrava Mãe" sofreu tantos atrasos na exibição, indo ao ar totalmente gravada. A Record não soube valorizar o bom produto que tinha na mão.

Totalmente Demais

Rosane Svartman e Paulo Halm, autores de duas temporadas de "Malhação", estrearam em grande estilo no horário das 19h. Acertou em cheio em trazer o romance de "conto de fadas" que o público tradicional adora. Mas de uma maneira antenada, usando e abusando de referências à cultura pop. Com isso, trazendo o público jovem para a TV. Público jovem aliás que se manifestou em torcidas fervorosas para os casais da novela nas redes sociais. "Joliza", "Carthur", "Gerlili", "Cassinho" e companhia deixaram saudades.

SporTV

O "canal campeão" da Globosat foi o grande destaque da cobertura olímpica. Foi uma ótima iniciativa lançar 16 canais para a transmissão dos jogos, possibilitando o público a oportunidade de ver aquilo que lhe interessasse, ao invés de ficar refém dos canais que transmitem as mesmas modalidades.

Justiça

Não apenas a melhor série do ano como também foi a melhor obra de teledramaturgia em 2016 no Brasil. Uma grande produção com o ótimo texto de Manuela Dias e com a boa direção de José Luiz Villamarim. Com uma narrativa arrojada, pudemos ficar na expectativa sobre o desfecho de cada uma das quatro histórias apresentadas (que se interligavam, outro ponto a se destacar). Além disso proporcionou grandes atuações de Adriana Esteves, Débora Bloch, Drica Moraes, Enrique Diaz, Jesuíta Barbosa, Vladmir Brichta, Leandra Leal, entre outros.

Programa do Porchat

Mesmo com muita gente torcendo contra, Fábio Porchat estreou na Record. O "Programa do Porchat" não traz nada de diferente em comparação aos late nights já existentes tanto na TV internacional quanto na brasileira, mas diverte. Os entrevistados são muito bem escolhidos e Fábio consegue arrancar declarações diferentes das já esperadas. Um bom programa.

Laços de Família no Viva

Á novela de Manoel Carlos exibida em 2000 calou a boca dos fãs enjoados do Viva que reclamavam da reprise de uma trama "recente" (tão recente que foi exibida há 16 anos). "Laços de Família" se tornou a maior audiência do canal e ainda repercutiu muito nas redes sociais. Pudemos rever Helena (Vera Fischer) e novamente sentir raiva de Camila (Carolina Dieckman). Época em que Manoel Carlos estava bem inspirado para escrever boas histórias.

Tamanho Família

O programa de Márcio Garcia tem uma proposta simplória, um game-show com famílias de famosos. Porém, em um momento em que tanto Geraldo Luiz e Celso Portiolli lançaram mão do assistencialismo e histórias sofridas, "Tamanho Família" foi um respiro de alívio nas tardes de domingo. Missão cumprida.

Novela - 65 Anos de Emoções

Como já foi dito neste blog, a série de documentários da TV Cultura foi uma maravilhosa iniciativa do canal. Foram oito episódios contando a história da novela no Brasil, relatando muito momentos desconhecidos do público. Aliás, a narrativa leve e texto simples transformaram o mesmo em um programa ótimo para todos, não só para os apaixonados por televisão. A Cultura já tem um histórico de programas que contam a história da televisão, e mais uma vez trouxe uma boa produção.

Ofício em Cena e Persona em Foco

Ainda no assunto televisão, tivemos dois ótimos programas de entrevistas que valorizaram os grandes nomes que fizeram e fazem a TV. "Persona em Foco" da Cultura nos proporciona boas entrevistas com grandes atores do nosso país. Muita coisa legal é relatada. Já o "Ofício em Cena" da Globo News, vai um pouco mais além. Entrevista autores, autores, diretores, e pessoas anônimas para muitos, mas que fazem as grandes produções que vemos na tela.

Programa do Jô

O mais tradicional talk-show da TV brasileira teve sua última e derradeira temporada. E não poderia ter sido da melhor forma. Vimos um Jô emocionado que celebrou a longevidade de seu programa. Comandando entrevistas históricas como a de Faustão e Roberto Carlos. Vai deixar saudades.

Ding Dong

Um divertido game show do Domingão do Faustão. Em todas as edições pudemos rever artistas sumidos atualmente e que marcaram o passado. Uma oportunidade incrível para o público matar as saudades das músicas que embalaram a vida de muita gente.

Rock Story e Carinha de Anjo

Duas novelas que estrearam nesse fim de ano, mas que vale a pena destacar a qualidade. "Carinha de Anjo" do SBT traz o mesmo enredo maniqueísmo e didático das novelas infanto-juvenis anteriores, mas a trama de Leonor Corrêa mostra uma evolução de fotografia e texto. Lorena Queiroz, a Dulce Maria, é uma fofa e demonstra talento de gente grande.

Já "Rock Story", de Maria Helena Nascimento é a melhor novela da atualidade. Foge da comédia pastelão marcantes nas tramas das 19h anteriores. Tendo o mundo da música como pano de fundo, traz um enredo bem feito e envolvente. Os personagens Gui (Vladmir Brichta) e Diana (Alinne Moraes) são dois anti-heróis incríveis e apaixonantes. Além de vários outros personagens bem construídos e nada maniqueístas. A grande aposta para 2017.

Rede Clone

Sabe quando o inspirado supera o inspirador? Esse foi o caso da "Rede Clone", emissora de TV fictícia do canal "Raridades" do YouTube. Inicialmente como paródias "fan-made" da Salt Cover, e com o retorno da mesma, tornou-se a "Rede Clone". A proposta é a mesma, parodiar a televisão através das vinhetas e grafismos, mas a "Clone" vai além. Brinca com acontecimentos atuais como se fossem no passado, além de usar várias referências (principalmente da TV Americana), não só da Globo como muitos genéricos do YT fazem. Um trabalho incrível e que deve fazer muito mais sucesso.

Girls in The House e Disk Dunny

"Girls in The House" até pouco tempo atrás estava "escondida " no YouTube. E em 2016, virou febre na internet. A web-série de Raony Philips que usa como animação o jogo "The Sims", capricha nos momentos de humor e situações absurdas que nos proporcionam muitos memes. Nesses últimos episódios, aliás, pudemos notar uma evolução no texto e nas tiradas ditas pelos personagens.

E o recente spin-off "Disk Dunny" também simboliza essa evolução. Duny, a personagem mais querida e escrachada vive momentos divertidíssimos em episódios que satirizam os acontecimentos recentes da cultura pop.

Silvio Santos

E mais uma vez, o rei da televisão brasileira reinou absoluto em 2016. Silvio debochou, ironizou, brincou e riu de si mesmo nesse ano. Fingiu estar hipnotizado, quase trocou de roupa no palco, Fez um "passeio" com Helen Ganzarolli e quase tascou um beijo na sua "amada". A internet foi a loucura. Com uma carreira consolidada, Silvio já não se sente mais na obrigação de manter uma imagem e se permite brincar na televisão. Esperamos que continue assim, mas no palco, não na programação do SBT.

Esta foi a lista dos melhores de 2016, baseados em minha opinião. E como esse é o último post do ano, desejo a todos os leitores um feliz 2017.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

SINAL VERMELHO: O pior da TV em 2016

2016 foi um ano bem complicado para muitos. Na TV Brasileira não foi diferente. Momento de crise, emissoras tiveram que cortar seus custos e enxugar suas economias. Neste ano, como sempre, muitas coisas surpreenderam como outras decepcionaram. Nessa semana, o blog vai listar alguns dos piores e dos melhores da TV Brasileira esse ano. E esse post será dos piores.

Valendo ressaltar que todos os listados abaixo, foram baseados em minha opinião. Portanto, alguns podem não concordar ou achar que faltam nomes a serem citados. Segue abaixo a lista.

Os Dez Mandamentos - Segunda Temporada


A Record não soube como lidar com o fenômeno que foi "Os Dez Mandamentos" em 2015, e pra variar não soube trabalhar com estratégia. Por conta de tantos esticamentos no ano anterior, eles tiveram que criar uma "segunda temporada" para contar o final da saga de Moisés (Guilherme Winter). A ideia por si só já mostrava o despreparo e o desespero do canal em prolongar o sucesso que a trama conquistou.

Mesmo antes de estreias, a continuação da novela passou por problemas na produção (como venda do Recnov para a Casablanca e atraso nas gravações). E desde que começou, mostrou-se uma trama extremamente incapaz de se estender por 50 capítulos. Sem o núcleo egípcio da primeira temporada que dava movimento e o aspecto de folhetim, "Os Dez Mandamentos - Nova Temporada" focou nos hebreus e em suas historinhas bobas de romance que serviriam melhor na "Malhação", em meio a longas pregações de"como Deus faz coisas incríveis", choros e "Shaloms".

Por ter sido tudo feito às pressas, era nítida a falta de capricho da produção. Cenários visivelmente artificiais, efeitos especiais estranhos, caracterizações mal feitas, além do envelhecimento pavoroso dos personagens. Fora que era totalmente nítido o desânimo do elenco em ter que continuar com aqueles papéis.  A cena final do último capítulo simbolizou toda a patacoada que foi essa ideia. A "luta" entre o "anjo" e o "demônio", que de luta não teve nada pois o "coisa ruim" mal chegava no anjo e já caia. Certamente uma das sequências mais constrangedoras da história da teledramaturgia brasileira.

Gugu abrindo o túmulo de Dercy Gonçalves 


Gugu lançou a segunda temporada do seu programa de auditório (nesse ano apenas nas noites de quarta). E pra variar, alimentando o suspense e a enrolação em algo que não merecia tudo isso. O caixão de Dercy Gonçalves estava em pé (como desejo dela) ou deitado? O programa levantou a "polêmica". Mandou abrir o túmulo onde a comediante estava sepultada, estava deitado. Tal atitude de Gugu e da emissora causou repúdio do público. No palco, Gugu fez questão de dizer que tudo aquilo não passava de uma "homenagem" à Dercy, como se o público fosse pateta e acreditasse nisso (e teve quem acreditou e bateu palmas). Grotesco.

Haja Coração

Como já foi comentado nesse blog. O remake de "Sassaricando" escrito por Daniel Ortiz apostou no romance folhetinesco e no humor pastelão quase infantil. "Haja Coração" foi uma novela de sucesso e alcançou altos índices de audiência. Porém, mostrou-se irregular mesmo apresentando boas surpresas no elenco.Alguns bons núcleos como o de Teodora (Grace Gianoukas) e Fedora (Tatá Werneck) passaram a cansar e a andar em círculos.Além disso, o autor foi acusado nas redes sociais de escrever uma novela "para si mesmo". Ignorando a torcida maior do público para Tancinha (Mariana Ximenes) ficar com Beto (João Baldasserini) para fazer a personagem ficar com Apolo (Malvino Salvador), personagem (e ator) com uma boa rejeição, mas assumidamente o favorito de Ortiz.

Patrícia Abravanel


A apresentadora "filha do dono" Patrícia Abravanel ficou queimada por fazer declarações lamentáveis sobre os LGBTs e ateus no "Programa Silvio Santos". Queria ser polêmica, mostrar opinião, mas falou sem o mínimo de conhecimento dos assuntos. Patrícia não chega a ser uma das melhores apresentadoras do Brasil, muito longe disso. Mas vem ganhando um espaço cada vez maior pelo status que tem (Silvio Santos nem esconde que a filha está na TV por causa dele). Para alguém que tem a pretensão de ser uma grande comunicadora, é necessário uma boa assessoria e principalmente, pensar melhor antes de falar sobre algo.

A Terra Prometida

A atual novela bíblica da Record teve um ótimo início. Um bom rítmo, momentos interessantes e personagens melhor construído. Porém com o passar do tempo, a trama de Renato Modesto começou a insistir nas mesmas características que marcaram negativamente "Os Dez Mandamentos" (e que fizeram da mesma um sucesso, diga-se). Maniqueísmo dos personagens, enrolação nos acontecimentos, além dos longos discursos chorosos dos hebreus falando das coisas que Deus faz. Tudo isso por conta da interferência retrógrada de Christiane Cardoso, filha de Edir Macedo e apresentadora do "The Love School", que tornou-se diretora de dramaturgia.

Está longe de ser um fracasso, mas está mais longe ainda de ser um fenômeno. "A Terra Prometida" deveria mostrar uma evolução maior em comparação à "ODM", apresentando um texto mais bem desenvolvido e menos piegas e mais personagens com complexidade. Atraindo o público que rejeitou a "cafonice" da anterior. Mas optou por cometer os mesmos erros. Não foi à toa que Renato Modesto saiu reclamando.

Parcialidade de Sônia Abrão

Sônia Abrão costuma ser bem sensata  nas suas críticas televisivas. Porém, no comando do "A Tarde é Sua" neste ano, a apresentadora ficou marcada por suas declarações tendenciosas. Fez no programa uma torcida descarada para Simony no "Power Couple Brasil", e dizia que não estava fazendo. Na "Roda da Fofoca" ela diz que o programa é um espaço para opiniões e pontos de vista diferentes, mas soltava os cachorros quando algum convidado discordava dela. Além disso, fez duras críticas à Xuxa, dizendo que ela era rancorosa e mimada, mas não parou de detoná-la.

Sol Nascente

Suceder o fenômeno Êta Mundo Bom! e manter os bons índices de audiência era uma missão bem ingrata.   Walther Negrão, ao lado de Suzana Pires e Júlio Fischer trouxeram mais uma novela praiana com lindas paisagens, pescadores e casal protagonista que enfrentam as maldades dos vilões para viverem seu amor puro e verdadeiro.  Pra variar, "Sol Nascente" traz belas imagens e fica devendo em história. A novela traz um enredo morno que não cativa e nem atrai. O casal protagonista Mário (Bruno Gagliasso) e Alice (Giovanna Antonelli) não tem química e não desperta uma grande torcida do público. E para piorar, colocaram o competente Luiz Melo para interpretar um oriental. Eles fizeram os personagens justificar os vários furos da história, sinal que a mesma não estava sendo entendida.

Fofocando

O símbolo máximo das mudanças malucas na programação do SBT ordenadas por Silvio Santos. "Fofocando" criado às pressas para concorrer com Fabíola Reipert na Record., fazendo a emissora ter divergências com a Gazeta por conta das contratações relâmpago. Durante os meses que se passaram, o programa foi praticamente formatado no ar, realizando diversas mudanças no conteúdo e no horário. E nesse mexe e remexe que o programa, já fadado ao fracasso, nunca conseguiu emplacar.

Recentemente o que vimos foi Leão Lobo fingindo que o programa é um sucesso e Mamma Bruschetta visivelmente desanimada e desvalorizada. Enquanto Mara Maravilha e o Homem do Saco só serviram para gerar repercussão com posturas e comentários dignos de vergonha alheia. E assim que o ano virar, o "Fofocando" se tornará um programa matinal gravado com meia hora de duração. Pelo que parece, vai agonizar até sair do ar.

Supermax

A Globo causou uma enorme expectativa e euforia no público ao anunciar "Supermax". Anunciada como uma série inovadora, um projeto nunca antes visto no Brasil. E de certa forma, ela tem a sua inovação e seus méritos. Porém pecou no desenvolvimento e no ritmo falho. Os responsáveis lançaram mão de uma porrada de referências fazendo a história ficar confusa e sem sentido para muitos telespectadores. Tinha vírus mortal, visões sobrenaturais, seita demoniaca... tudo junto e bagunçado. Fora que durante um bom tempo, a série focou em tramas feitas para encher linguiça que quando chegou ao final, tudo foi "jogado". O final alias, cheio de furos e decepcionante foi reprovado pelo público.

Como ponto positivo, apenas a iniciativa da Globo em trazer produtos cada vez mais diferenciados para sua programação. E a torcida que isso aumente cada vez mais.

Domingo Espetacular

O dominical já foi o carro-chefe do jornalismo da Record no passado. Hoje, vive com quadros repetitivos e fracos que não mudam há anos. O "Bicho Curiosos" se resume à vídeos da internet com animais, não há produção, apenas a locução tosca de Paulo Henrique Amorim. Já o "Mitos e Verdades da Alimentação" é o mais irritante. Toda semana é a mesma coisa, longos e tediosos minutos falando sobre comidas com os nutricionistas falando o que devemos ou não comer.

O programa também dá um bom espaço à notícias de celebridades, a maioria delas apenas acompanhadas de locução e imagens de arquivo. E o "Achamos no Brasil" tem como repórter o insuportável Samuquinha, que parece querer aparecer mais que a reportagem (saudades da Renata Alves). Mesmo com tudo isso, tem garantido uma boa audiência, mas é nítido a impressão que a emissora não dá a importância necessária ao jornalístico. Precisa de uma reformulação o quanto antes.

Câmera Record e Repórter em Ação

Outros dois jornalísticos da Record que vem deixando a desejar ultimamente. O "Câmera Record" surgiu para ser equivalente ao "Globo Repórter". Atualmente suas matérias são focadas em celebridades do passado sumidas e/ou que passam dificuldades e em obesos mórbidos. Sempre repetitivo. E o "Repórter em Ação" se resume em reprisar reportagens antigas, o que o "Tudo a Ver" fazia anos atrás. A Record já cuidou bem melhor de seu jornalismo.

Dudu Camargo

Silvio Santos queria causar repercussão na mídia ao promover um garoto de 18 anos de idade para apresentar o telejornal matinal. E conseguiu, mas negativamente. Dudu Camargo foi simplesmente jogado aos leões sem o menor planejamento e responsabilidade. O rapaz até se esforça para cumprir a missão que lhe foi dada, mas ele visivelmente não tem experiência e credibilidade suficiente para comandar um noticiário, substituindo as competentes Joyce Ribeiro e Karyn Bravo. E também não tem maturidade suficiente para lidar com tamanha visibilidade em tão pouco tempo. Praticamente jogaram um holofote em sua cara.

O "Primeiro Impacto" continuou patinando na audiência e ainda perdeu anunciante. O frisson e as dancinhas constrangedoras de Dudu não foram o suficiente para levantar. Inclusive vai sair do ar. Mais uma vez, o SBT com suas SBTices...

Programa Xuxa Meneghel

Mais de um ano se passou e Xuxa ainda não emplacou na Record. Simplesmente porque o programa não tem conteúdo, não tem animação. O cenário é grande e lindo, mas é apático, vazio e sem vida. Xuxa teima em continuar com um projeto que não está dando certo, nem para ela, nem para a emissora. A ideia de migrar para os sábados à tarde era boa se a atração fosse totalmente refeita do zero. Mas isso não vai acontecer, e a loira vai ter que aceitar perder para o Ratinho por um bom tempo.

Domingo Show

Geraldo Luiz adora dizer que seu programa é animado e divertido. Só se for para ele. Toda semana a mesma exploração do choro e sofrimento alheio. Horas de histórias de vida de pessoas que sofreram demais, famosos do passado que passam por alguma dificuldade, além de outras pautas tristes enroladas ao máximo. Tudo isso junto com a prepotência do apresentador que se acha o dono da verdade.

João Kleber Show

O novo programa da RedeTV! tinha a missão de resgatar lado animador que João Kleber sabe fazer bem. Porém, o programa já estreou tosco. Um show de calouros estranho em um cenário cafona e horroroso. Não demorou muito para que JK retornasse o circo dos horrores em que estava acostumado anos atrás e o programa passou a apostas nos barracos bizarros vindos do "Você na TV" e nas pegadinhas esdrúxulas de procedência extremamente duvidosa. Só faltam as sedutoras para completar a festa.

Invasão dos "caça-níqueis" na TV Aberta

Os CallTVs, famosos "caça-níqueis", ficaram relegados à emissoras pequenas durante muitos anos. Neste ano, com a justificativa da crise, eles invadiram a programação da Band e da RedeTV!. "Qual é o Desafio?", "Game Phone", "Master Game" e "Desafio Premiado". Nomes e produtoras diferente, mas o mesmo teatrinho fajuto, com os mesmos discursos de persuasão e chantagem emocional para fazer o telespectador participar do "jogo de azar" proposto por eles e se iludir com o prêmio oferecido. Como dito neste blog, eles continuarão sem qualquer interferência, com equipe e apresentadores tendo que levar o "show" adiante. E com os idealizadores enchendo os bolsos com  a ingenuidade do povo brasileiro.

Treme Treme e Xilindró

O Multishow se esbalda com o sucesso do bobo "Vai Que Cola". De uns tempos pra cá, vem lançando várias sitcoms com o mesmo estilo. E nenhuma dando certo. "Treme Treme" e "Xilindró" foram as apostas da vez. Dois humorísticos com atores gritando e soltando tiradas sem graças a cada dois minutos. Não conseguem causar sequer um riso forçado.

Ridículos

O programa da MTV faz jus ao nome. Uma grande bobagem resumida em vídeos da internet. A performance de Felipe Titto na apresentação é constrangedora e causa vergonha alheia em diversos momentos. Atração descartável.

Esses foram os piores da Televisão em 2016. E novamente reitero que os listados são baseados em minha opinião e ponto vistas. Logo mais, sairá a minha relação dos melhores do ano.

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

"Nada Será Como Antes" termina com final frustrante

A minissérie "Nada Será Como Antes" terminou nesta última semana. A produção estreou cercada de expectativas, porém não foram poucos os comentários de que deixou a desejar. De certa forma, isso não deixa de ser uma verdade.

Estreou sobre grande expectativa, principalmente por aqueles que são apaixonados por televisão. Seria uma grande oportunidade de mostrar um pouco a história — tão rica — do veículo no Brasil. Era previsível que tudo fosse contado de uma maneira mais "romantizada" até pelo próprio enredo apresentado (originalmente, era para contar a real história da TV, mas isso não aconteceu), mesmo assim seria interessante de se ver.

E de certa forma foi legal ver como alguns acontecimentos reais foram inseridos na história mesmo algumas incoerentes com a época. Como as novelas inicialmente transmitidas ao vivo, as transmissões via satélite, a chegada do VT e os incêndios supostamente criminosos que devastavam os estúdios na época. Porém, o que deveria ter sido o mote principal, apenas serviu como pano de fundo. E quem esperava ver a história da TV ser melhor contada, se decepcionou.

O grande destaque (senão o único) foi o verdadeiro folhetim que envolveu o casal principal Saulo (Murilo Benício) e Verônica (Débora Falabella)  À principio fraca e pouco atrativa, mas que aos poucos mostrou todo o potencial. É verdade que a história tinha uma pegada clichê, mas bastante envolvente e cheia de reviravoltas. Um ponto interessante, é ver como a produção claramente bebeu da fonte da série "Mad Men". Saulo era um homem criativo, inteligente e visionário. Mas egoísta ao extremo, hipócrita e péssimo nas relações pessoais. Praticamente um Don Draper (Jon Hamm) brasileiro.

Mas sem sombra de dúvidas quem deu um show foi Débora Falabella. Verônica foi uma personagem riquíssima. Uma mulher à frente de seu tempo, que enfrentava todas as adversidades e à todos os sofrimentos (que não foram poucos) de cabeça erguida. Débora teve uma atuação incrível. Incorporou o papel com maestria. A verdadeira dona da minissérie.

E foi por isso que o final da personagem foi a maior frustração. Era previsível que ela e Saulo terminassem juntos. Estava tudo bem claro desde o começo. Mesmo assim foi lamentável ver uma personagem independente, moderna e segura, que evoluiu com o tempo e que passou por tanta coisa, ter que voltar de bom grado para o homem que foi responsável por grande parte de seu sofrimento. Saulo foi egoísta durante a trama inteira, não evoluiu, não foi punido pelos seus atos (muitas delas covardes), e teve um final feliz.

Outro ponto extremamente decepcionante foi o plot envolvendo Beatriz (Bruna Marquezine), Otaviano (Daniel de Oliveira) e Júlia (Leticia Colin). Apresentada como o grande chamariz e com a pretensão de ser algo bem ousada, se mostrou uma história morna e pouco atrativa. Andou em círculos durante boa parte dos capítulos Era notável a evolução da Bruna como atriz, tanto que a personagem crescia nas cenas maravilhosas com a mãe Odete (a também maravilhosa Cássia Kis).

A personagem ter sido morta foi uma reviravolta interessante para a história. Assassinada por Davi (Jesuíta Barbosa, ótimo). O problema foi que vimos mais uma vez Jesuíta fazendo o mesmo personagem que ele fez em "Justiça": o de namorado possessivo que assassina seu par. Foi um desleixo enorme da direção da Globo deixar isso acontecer. É verdade que a minissérie de Guel Arraes foi gravada antes da de Manuela Dias. Mesmo assim isso poderia ter sido visto.

Julia era uma personagem que merecia um espaço maior. Tinha um dos perfis mais interessantes, mas se resumiu ao triângulo amoroso com Beatriz e seu irmão. Porém Letícia Colin esteve ótima e suas cenas no último capítulo foram sensacionais.

A minissérie aproveitou para debater questões que existem até hoje tanto na TV Brasileira quanto na sociedade, mas ficou devendo nisso. Rodolfo (Alejandro Claveaux) era o galã principal da TV Guanabara, mas que esconde sua homossexualidade. Um tema interessante de se abordar mas que não aconteceu, simplesmente porque o personagem virou um figurante. Sua relação com Aristides (Bruno Garcia) que era insinuada desde o começo só foi mostrada no final. Aliás, Aristides foi outro que pouco apareceu, serviu de "escada" para Saulo. Mas o final da dupla foi bem interessante e inesperada.

Já Péricles (Fabrício Boliveira) serviu para abordar a falta de oportunidades para negros na televisão (algo que existe até hoje). Proporcionou boas cenas, porém o debate sobre o racismo ficou superficial demais. Outra coisa que ficou devendo.

Mesmo com o final decepcionante, foi uma ideia bem interessante usar a minissérie para anunciar as novidades da Globo para 2017. Saulo apareceu no estúdio de sua emissora para falar dos planos e sonhos para a TV do futuro. Enquanto o "futuro" era anunciado com as novas novelas e minisséries e com as novidades dos programas de variedades. Deu um aspecto diferente e até surpreendente.

Por fim, "Nada Será Como Antes" foi uma minissérie com uma ótima proposta e com bons momentos, mas que pecou pelo mal desenvolvimento e pelo decepcionante final. Tal como "Supermax". Dois projetos que mostraram como a Globo está empenhada em turbinar sua dramaturgia para além das novelas. A torcida é para que a emissora continue apostando nas séries e minisséries e que aprenda com os erros.

sábado, 24 de dezembro de 2016

Camila Rodrigues se sobressai no "Família Record"

A Record exibiu essa semana o "Família Record". O tradicional amigo-secreto que reúne o elenco da emissora que acontece há anos. E neste ano conseguiu uma boa audiência, marcando dois dígitos. E serviu para alavancar o "Programa do Porchat" que foi ao ar logo após.

O especial não trouxe nada de diferente, apresentadores, jornalistas e atores trocam presentes e brincam no palco. O diferencial foram os jogos feitos com o elenco para distribuir prêmios à plateia, feitos mais para preencher o espaço e não cansar o público com a longa troca de presentes. E também para proporcionar momentos descontraídos, e até bobinhos entre os artistas e jornalistas da casa

Alguns momentos até merecem destaque. Como Fábio Porchat dando de presente um curso de culinária caro e recebendo um aparelho de som de R$200,00. Luiz Bacci encarnando Wesley Safadão e Ticiane Pinheiro fazendo cover de Joelma. Além do velho falatório verborrágico de Geraldo Luiz.

Algo que pôde ser notado foi uma maior presença de atores nesse especial. Nomes como Adriana Garambone, Ângelo Paes Leme, Milena Toscano e Igor Rickli participaram do amigo-secreto, e com isso, a emissora aproveita para divulgar suas próximas novelas (no caso, "Belaventura" e "Rico e Lázaro"). Uma ótima atitude, pois ha anos a impressão que se tinha era que a dramaturgia da Record parecia algo distante da própria emissora (pois as novelas são gravadas no Rio de Janeiro, ao contrário dos outros programas que são produzidas na sede da Barra Funda em São Paulo. Muito bom ver essa integração entre os vários segmentos.

Neste ano, dois atores apresentaram o especial, Sérgio Marone e Camila Rodrigues. Ideia arriscada, mas interessante para trazer novos nomes. Os dois fizeram um par romântico em "Os Dez Mandamentos" e mostraram um bom entrosamento. Marone nunca escondeu seu desejo de se tornar apresentador, e há até a proposta para que ele comande um programa a partir do ano que vem.

Porém nesse especial é nítido que ele ainda está verde para esse trabalho. Manteve uma boa postura e soube falar bem, mas estava totalmente engessado. Precisa se soltar mais. Já Camila foi a grande surpresa das duas noites. Totalmente solta e simpática, a atriz soube entrar nas brincadeiras e conseguiu mostrar muita simpatia. Uma verdadeira animadora.E o mais interessante é que ao que parece, ela não tem o desejo de ter uma carreira de apresentadora, ao contrário de Sérgio, e conseguiu fazer um ótimo trabalho.

Com a missão única de entreter, sem grandes novidades, o "Família Record" desse ano foi um especial bom para testar novos apresentadores. Seria interessante se isso fosse levado adiante para os próximos. Apesar que o tradicional "amigo-secreto" da emissora funcionava melhor quando era um quadro do "Hoje em Dia", onde os momentos eram mais espontâneos e não tão roteirizado.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

"Novela - 65 Anos de Emoções", mais um ótimo programa.da TV Cultura



A TV Cultura que sempre trás ótimas atrações, nos presenciou nessas últimas oito semanas com mais um incrível. O especial "Novela - 65 Anos de Emoções".A série foi produzida em parceria com a Hergus Empreendimentos Culturais, que também produziu em parceria com o Viva os interessantes "Damas da TV" e "Grandes Atores".

"Novela 65 Anos" contou toda a trajetória 65 anos da telenovela no Brasil. Começando com as primeiras novelas ao vivo a partir de 1951, até os dias de hoje. O apresentador Atílio Bari se saiu ótimo na condução, Demonstrou credibilidade ao mesmo tempo em que apostou em uma linguagem leve e simples. Com uma edição competente, a atração tratou de trazer informações claras sobre o assunto ao público sem ser sisudo ou sério demais.

Ao final, o programa mostrou-se uma grande homenagem aos profissionais da teledramaturgia, tanto os pioneiros no passado, quanto aos do presente. Muito diferente do especial "TV 60" exibido pela TV Brasil em 2010 e reprisado no Canal Brasil com o nome de "TV no Brasil", que apesar da boa proposta, pecou pela péssima e amadora edição e pelas informações rasas.

Não é a primeira vez que a Cultura homenageia a TV Brasileira.  Em 1979, produziu o especial "A História da Telenovela", um documentário que mesclava cenas de bastidores de novelas da época e imagens de arquivo. Inclusive, muitos dos depoimentos deste, foram usados no programa deste ano. No ano seguinte exibiu o TV Ano 30, marcada pela vinheta sensacional onde os logos das emissoras da época se "apresentavam" juntos ao som de "Saludos Amigos".A tradição continuou em 1990 com "40 Anos de TV".

O especial da Cultura acertou ao fazer uma cronologia bem feita dos acontecimentos, com a organização dos episódios. O primeiro episódio serviu como um prólogo, contando a história dos clássicos teleteatros, predecessores das telenovelas, falando um pouco sobre como era fazer TV nos anos 50 e suas dificuldades. Já o segundo foi focado totalmente na TV Excelsior e de sua importância para a evolução da TV no Brasil, trazendo produções históricas como "2549-9 Ocupado" (a primeira novela diária) e "Redenção" (a novela mais longa da TV Brasileira). O programa foi muito feliz em relembrar a trajetória do canal 9, já que muitos desconhecem a sua história.

Como foi muito interessante também contar a história da dramaturgia da pioneira Tupi no quarto episódio. Emissora de importância inegável para a TV tanto no Brasil, quanto na América Latina. A autora Ivani Ribeiro, merecidamente, teve sua trajetória mostrada no terceiro episódio. O quinto episódio mostrou o início modesto da Globo, que aos poucos se tornou a gigante nas novelas que todos conhecemos. Poucos conhecem o começo da "poderosa" nos anos 60 e é muito bom, aliás, a história da emissora é uma das mais incríveis e é muito bom que ela seja lembrada; E principalmente mencionar Gloria Magadan, Janete Clair e Dias Gomes. Grandes responsáveis pela ascensão.

Porém, o único ponto negativo da série recai no desenvolvimento mostrado do sexto episódio em diante. Com poucos episódios restantes e muita coisa para ser contada, a edição mostrou-se bastante corrida. As informações foram praticamente jogadas ao telespectador. Dancin Days, por exemplo, merecia um destaque maior, mas teve apenas um trecho de sua abertura exibida.  Isso se acentuou no sétimo episódio, que falou dos anos 80 e 90. Novelas como "Água Viva", "Vamp" e "Que Rei Sou Eu?" mereciam um maior espaço. Mesmo assim, foi muito bom terem mencionado as novelas da Manchete no final. Pois mesmo com pouco tempo de existência, a emissora do Bloch deixou sua marca na história.

Outro erro grava foi terem ignorado completamente "Malhação". A novelinha teen pode não ser uma grande obra prima, mas fez história na televisão. Há mais de 20 anos revelando novos talentos que depois fazem sucesso nas outras novelas. Isso poderia ter sido mencionado.

O último episódio, exibido ontem (Dia 27), encerrou com competência o programa. Destacando os autores da atualidade, a evolução do gênero e os atores que estão se destacando hoje em dia. Também foi merecido o destaque dado à dramaturgia do SBT, Record e Band. "Éramos Seis", "Vidas Opostas" e "Os Imigrantes" fizeram história, jamais poderiam ser esquecidas. E claro, não poderiam esquecer o último grande fenômeno "Avenida Brasil". Mas "Verdades Secretas" também poderia ter sido mencionado.

A série especial terminou de uma maneira linda e tocante. Tarcísio Meira e Glória Menezes, casal símbolo da teledramaturgia, aparecem se beijando. "Glorísio" foi "congelado" com o letreiro de "Fim". Belíssima homenagem. E simbolizando o igualmente belíssimo trabalho que foi esse programa.

Parabéns à TV Cultura, à Hergus Empreendimentos Culturais e à Atílio Bari pelo incrível projeto. Que mesmo com pouquíssimas falhas, que jamais prejudicaram o trabalho, tournou-se mais uma ótima produção produzida pelo canal da Fundação Padre Anchieta. Para os aficionados por televisão, "Novela - 65 Anos de Emoção" foi um programa obrigatório. Para quem não era, foi uma ótima oportunidade para conhecer uma história tão rica que é a da novela no Brasil.


quarta-feira, 16 de novembro de 2016

"Rock Story" começa com boa história e ótimo rítimo

Nessa semana estreou "Rock Story". A trama das sete escrita por Maria Helena Nascimento estreou com a missão de manter os bons índices de "Haja Coração", novela cheia de erros mas que tornou-se um sucesso de audiência.

A sinopse que saiu na mídia, antes de estrearm dava conta de uma rivalidade entre dois cantores. Ficou a dúvida se essa história cativaria o público. Os teasers cuja frase era "Uma história de amor movida a música e uma história de música movida a amor" pareciam pouco atraentes à primeira vista.

Porém, qualquer ceticismo sumiu com a estreia da novela. O primeiro capítulo foi bastante movimentado, , a sucessão de acontecimentos prendeu conseguiu prender o telespectador. Não faltou enredo no primeiro e nem nos capítulos que se seguiram. O que poderia deixar o público confuso, mas felizmente não aconteceu graças a edição ágil e direção competente.

Maria Helena Nascimento, estreante principal, tem trazido uma história com os bons elementos de um folhetim necessários para o horário. Porém, com um texto muito mais maduro ao contrário das anteriores. A comédia romântica com requintes de pastelão passa longe. Usar a música como pano de fundo mostra-se uma ideia interessante e até arrojada, pois está sendo usada para fazer interessantes críticas sociais.

Colocar um personagem que é um completo anti-herói, é uma ideia arriscado. Uma vez que personagens assim não costumam agradar o público mais tradicional, que sempre prefere os tipos maniqueísta. Porém, Guilherme Santiago (Vladimir Brichta) é certamente o perfil mais interessante. Inconsequente e impulsivo, ele foge da linha mocinho sofredor mesmo passando por tantos perrengues como tal. Uma construção incrível. Brichta está impecável no papel. É ótimo vê-lo de volta nas novelas após um jejum de inacreditáveis 10 anos atuando em séries e minisséries. Construindo sua carreira e amadurecendo no vídeo.

A melhores cenas são aquelas que envolvem Gui com seu filho Zacarias (Nicolas Pratter). . Zac foi o filho que até pouco atrás Gui desconhecia, e agora se força a amadurecer. Ambos tem que se acostumar com a nova realidade em que foram colocados e os diálogos das cenas são sempre incríveis. Nicolas Prattes está ótimo como o garoto inconsequente.

Outro ponto interessante são as situações amorosas do protagonista. Assim como nas novelas anteriores, essa também tem um triangulo amoroso , e que deve movimentar torcidas fervorosas nas redes sociais. Gui e Diana (Alinne Moraes) rendem sequência incríveis juntos, e tem um ótimo entrosamento.  Porém Nathalia Dill não deixa nada a desejar como Julia

Também merece destaque o personagem de Rafael Vitti. O "astro pop" Leo Régis é uma verdadeira crítica social. Um cantor sem talento, imaturo, egoísta, fútil, e cheio de fãs cegas que fazem tudo por ele. Tocou o dedo na ferida sobre os artistas "fabricados" atualmente. E não é a toa que nas redes sociais, muitos internautas estão comparando ele à um certo cantor que vem passando por muitas polêmicas atualmente.

"Rock Story" traz um enredo simples, porém com um texto adulto e cenas empolgantes. É uma trama que promete muito e esperamos que a boa impressão se mantenha nos próximos meses. Começou com uma audiência razoável, nenhum fenômeno. Porém se formos comparar, "Totalmente Demais" começou com esses índices e terminou como um fenômeno. Nada impede que a novela atual também seja um sucesso, pois tem todos os ingredientes para tal.

domingo, 13 de novembro de 2016

"Superpop" desiste do "novo" e volta a apostar em polêmicas repetitivas

No final de 2015, o "Superpop" ensaiou uma reformulação. O programa ganhou um cenário dourado e amplo, Luciana Gimenez passou a receber convidados no sofá. Nomes como Carlos Alberto de Nóbrega, Rodrigo Faro e Cláudia Rodrigues foram entrevistados nessa "nova fase".

Era uma tentativa de tentar limpar a imagem da atração, que há anos era tomada por debates redundantes e infundados e entrevistas com subcelebridades que nada tinham a agregar. Unicamente com o pretexto de promover barracos na tela. Virou sinônimo de trash e apelação na TV Brasileira.

Porém, foi só virar o ano que toda a tentativa de "reformulação" foi por água abaixo. Os papos descontraídos e a nova proposta que parecia ser promissora deu lugar aos velhos debates bobos e entrevistas que não agregam nada à ninguém. Tudo em busca da audiência fácil. Acontecimentos com celebridades ou temas polêmicos de novelas do momento ganhavam longos debates. Os mesmos assuntos debatidos com os mesmos argumentos sem nenhuma novidade.

E isso piora quando o programa promove entrevistas ditas "polêmicas" com subcelebridades em quadros como o "Porta da Fama" e o "Máquina da Verdade". Cujos formatos já foram usados à exaustão na televisão brasileira. Desde o começo do ano já foram entrevistados personalidades como Andressa Urach, Gretchen, Mara Maravilha, Marco Feliciano, Geysi Arruda, Jair Bolsonaro, Agnaldo Timóteo, Babi Rossi, Léo Áquila, Thammy Miranda entre outros.

Nomes que já são figurinhas carimbadas na atração e que praticamente todo ano batem ponto no palco. E sempre respondendo as mesmas perguntas, as mesmas polêmicas, dando as mesmas declarações. Sem nenhuma novidade. Não é ruim que o Superpop aposte em um estilo mais popular, mas até o próprio público do programa já percebeu como eles tentam forçar "polêmicas" sobre assuntos que já se tornaram desgastados e que não tem mais nada de novo à oferecer. Só falta aparecer os naturistas, defendendo pela milionésima vez o direito que eles querem ter de andar pelados pelas ruas como sempre fazem no programa.

Luciana Gimenez é uma apresentadora que evoluiu nitidamente no vídeo. Protagonista de gafes e momentos desastrosos no início de carreira, atualmente ela demonstra maturidade e segurança. Uma prova disso é que ela se sai uma ótima entrevistadora no "Luciana By Night" (programa que deveria ganhar mais atenção da RedeTV!). Porém é um nome queimado, justamente por comandar um programa que atualmente vive no piloto automático.

É triste saber que um programa que ensaiou uma mudança positiva, voltou aos velhos vícios que o tornam uma atração de gosto duvidoso. E que a RedeTV! não se esforça em trazer opções novas e interessantes ao telespectador..

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

"Haja Coração" foi uma novela irregular que deu certo


"Haja Coração" se encerrou nessa semana. O remake de "Sassaricando", escrito por Daniel Ortiz, foi um grande sucesso na audiência. Chegando à superar os índices de "Totalmente Demais", também outro grande sucesso.

Fazendo uma análise geral, a trama foi basicamente à prova de erros. Trazendo situações amorosas clichês regadas com um humor rasgado quase pastelão. Algo que sempre dá certo no horário, e com "Haja Coração" não foi diferente. Que nunca fez questão de trazer algo diferente, apenas de entreter. Desde "Alto Astral" em 2014 que o horário tem sido reservado para tramas simples, calcadas no romance e no humor, e tem colhido bons resultados. O horário se revitalizou após um período de novelas pretensiosas que fracassaram na audiência.

É inegável que fazer um remake na TV brasileira é sempre um desafio. Além de correr o risco de ficar datado, é praticamente impossível de evitar qualquer comparação com a obra original, e da rejeição por parte daqueles que se mantém fiéis às memórias da primeira versão. "Haja" foi bem ao modernizar a trama e fazer mudanças na estrutura original de "Sassaricando".

Porém, havia um certo receio quanto à isso. Em "Sassaricando", a história de Aparício (Paulo Autran) era a principal da história, enquanto Tancinha (Claudia Raia) era a simples coadjuvande que roubou a cena na novela. Em "Haja Coração", Tancinha (Mariana Ximenes) foi a protagonista enquanto Aparício (Alexandre Borges) e a família Abdala ficou no núcleo cômico como coadjuvante. Ficou a dúvida se as aventuras amorosas da jovem feirantes seriam suficientes para aguentar o peso de uma história principal.

A "nova" Tancinha começou exagerada com seu sotaque italiano carregado. Isso foi justificado, mas mesmo assim passou o ar de algo datado. Porém, pouco a pouco, a personagem foi se desenvolvendo até de fato fazer jus ao posto de protagonista. E cabe salientar que Mariana Ximenes estava perfeita no papel, fazendo uma Tancinha com a própria identidade, sem qualquer comparação com a de Claudia Raia.

Assim como ocorreu com "Totalmente Demais", o triângulo amoroso entre Tancinha, Apolo (Malvino Salvador) e Beto (João Baldasserini) ganhou torcidas fervorosas nas redes sociais. Aponcinha e Betancinha. Porém, o triângulo que tinha um certo potencial, mostrou-se irregular sobretudo por Apolo. Um personagem íntegro e honesto, que moralmente era para quem deveríamos torcer. Porém, o caminhoneiro foi durante toda a novela um personagem irritante e grosseiro, cuja história própria era modorrenta e pouco atrativa. Carisma é a característica principal de um mocinho, e faltava isso em Malvino Salvador, cuja atuação limitada repetia as mesmas características já vistas em trabalhos anteriores.

Em contrapartida, Beto mostrou-se um personagem muito melhor desenvolvido. O publicitário metido que ficava dividido entre ser correto e fazer tudo para conseguir o que quer era um tipo que poderia facilmente cansar o público. Mas caiu nas graças por ser alguém divertido e com ótimas tiradas. Sendo defendido brilhantemente por João Baldasserini, que consolidou-se como uma das grandes promessas da teledramaturgia. Beto evoluiu, assim como fez Tancinha evoluir, fazendo com que as cenas dos dois fossem muito mais interessantes que as cenas "Aponcinha". Por isso, a torcida por "Betancinha" foi muito maior (e não acirrada como Daniel Ortiz entoava). Não só isso, Apolo conseguia ficar mais "suportável" formando par com Tamara (Cléo Pires), criando outra torcida: Apomara.

Mas no último capítulo, Tancinha ficou com Apolo (ao contrário de Sassaricando em que ela se casa com Beto). Final previsível e até esperado, se for analisar a maneira como o autor desenvolveu a história. Forçando uma vilania em Beto e um vitimismo em Apolo, o autor não disfarçou o favoritismo descarado ao personagem de Malvino. Deixando de lado qualquer preferência do público.

Erros e irregularidades também marcaram o núcleo dos Abdala. Teodora (Grace Gianoukas, sensacional) tornou-se a protagonista moral da trama em determinado momento, acabou morrendo. A perda foi sentida, o núcleo, antes promissor, tornou-se fraco e começou a andar em círculos. Tatá Werneck esteve bem como Fedora, melhorou sua dicção. Fedora fez um ótimo par com Leozinho (Gabriel Godoy, também ótimo), e apesar de suas histórias soarem bobas e irrelevantes, foi um casal divertido. Claudia Jimenez (Lucrécia) também estava ótima, mas pareceu pouco aproveitada. E Christina Pereita arrasou como Safira, remetendo à Fedora da primeira versão.

Outro núcleo que caiu nas graças do público foi o das três amigas Leonora (Ellen Roche), Penélope (Carolina Ferraz) e Rebeca (Malu Mader). "Leoneca" foi um divertido trio, mesmo andando em círculos em boa parte da trama. Ellen Roche teve ótimos momentos com a engraçada Leonora (com destaque para as hilárias cenas com Ana Paula Renault, que teve brilhante participação). Cabe destacar também o trabalho de Renata Augusto que brilhou como Dinalda.

Os casais formados também fizeram sucesso, como Berício (Rebeca e Aparício) e Penrique (Penélope e Henrique - Nando Rodrigues). O triângulo amoroso entre Giovanni (Jayme Matarazzo), Camila (Agatha Moreira) e Bruna (Fernanda Vasconcelos) também foi destaque. O público passou a torcer por Gimila, e Fernanda Vasconcelos teve um de seus melhores trabalhos de sua carreira com a vilã Bruna.

Porém, quem roubou de fato a cena foi o casal "Shirlipe". O romance entre a sofredora Shirley (Sabrina Petraglia) e o carismático Felipe (Marcos Pitombo) foi um verdadeiro "conto de fadas" e ganhou uma torcida quase unânime do público. Sabrina Petraglia tornou-se queridinha dos telespectadores, e Marco Pitombo tomou a melhor decisão ao voltar para a Globo. Pois jamais teria futuro na Record (correria o risco de fazer novelas bíblicas o resto de sua vida).

Shirlipe não só roubou a cena como também o protagonismo da novela. Tornaram-se o grande destaque quando as outras histórias já não prendiam mais a atenção de público. E vale ressaltar que essa história não fazia parte da original de Sassaricando. A Shirley originalmente foi uma personagem de "Torre de Babel". Assim como "Sassaricando", uma personagem coadjuvante teve mais destaque que os protagonistas. principais.

Também merece destacar Marisa Orth, que brilhou como Francesca. Um papel dramático, mostrando uma faceta pouco explorada da atriz. Chandelly Braz também foi competente como a vilã Carmela. Sua redenção após a mocinha insossa de "Geração Brasil". Já entre as atuações que deixaram muito a desejar, além de Malvino, está José Loreto. O ator viveu o mau-caráter e irrelevante Adônis. As caretas e o sotaque carioca mal disfarçado (a novela se passava em São Paulo) tornaram o personagem irritante e caricato. Uma versão mal feita do Darkson de "Avenida Brasil".

Haja Coração foi uma novela irregular, com erros visíveis. Porém deu certo ao apostar no clichê da comédia romântica. Por isso, esses erros não terão relevância para o público que acompanhou e amou a trama. Mesmo que Daniel Ortiz nitidamente fez uma trama pensando nos próprios gostos e vontades.
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