terça-feira, 29 de agosto de 2017

Curto e Grosso #1

Para quem me acompanha no Twitter, anunciei meses atrás que daria um tempo nas atividades deste blog. Era meu desejo retornar aqui o quanto antes, mas a correria do dia-a-dia e os vários projetos que comecei ou dei continuidade esse ano me impediram disso. Pois eis que encontrei uma brecha entre meus afazeres para voltar com o blog. E com o retorno, lanço aqui a coluna "Curto e Grosso", que nada mais é do que comentários e resenhas curtas sobre os acontecimentos televisivos dos últimos dias. Se tudo der certo, lançarei essa coluna toda semana. Então chega de papo e vamos lá.


A Voz do Público
Em "A Força do Querer", Caio (Rodrigo Lombardi) tem se mostrado um personagem muito interessante. Não é de agora que o advogado tem dado várias e merecidas broncas em personagens como Bibi (Juliana Paes) e Silvana (Lília Cabral). Passando longe do estereótipo de mocinho romântico e bobo, Caio, de certa forma, passou a representar o público em seus comentários diretos. Comentários esses, que é praticamente impossível não concordar.

Glória Perez conseguiu dar um personagem bom para Rodrigo Lombardi após o imemorável Theo de "Salve Jorge". E o ator, mostra grande segurança no papel. Importante destacar.

Não vê quem não quer
O fraquíssimo desempenho da equivocada reprise de "Os Dez Mandamentos", que com um mês de exibição ainda gira em torno dos 5 à 7 pontos, mostra um fato nítido pra qualquer um, mas que tem aqueles que não querem acreditar.

Além dos fatos já citados a exaustão que jogam contra a reprise (muito cedo pra reprisar, horário inadequado, etc...), há também o fato de que o telespectador comum já não está mais tão interessado pela "franquia bíblica" da RecordTV como antes. Em 2015, o fator novidade contribuiu muito para o grande sucesso que foi "ODM", mas agora essa novidade já não existe mais. O público em geral já conhece o tipo de história e o tipo de personagem que vai encontrar nesse tipo de novela. Basta ver a inédita "O Rico e Lázaro" e sua repercussão fraca. Que por sinal sucedeu "A Terra Prometida" que também não deixou tantas saudades.

Ao que tudo indica, a reprise parece agradar apenas aos fanáticos mais ferozes pela novela. Fãs que não toleram críticas sobre a novela que tanto idolatram e a colocam no pedestal como a coisa mais fenomenal que já aconteceu no Brasil.

E falando nisso...
Se em 2015, os fãs de "Os Dez Mandamentos" quase tocaram o terror nas redes sociais partindo pro ataque contra qualquer um que falasse um "a" criticando a novela. Eis que em 2017 eles estão de volta, e mais ferozes ainda.

Lá na época da exibição original, o argumento principal para detonar qualquer crítica era o fato da novela estar "vencendo a Globo em audiência". Hoje, o argumento é o sucesso internacional que transforma a trama em algo intocável e impossível de ser criticada.

Mas o pior é ver muitos desses fãs agressivos são adultos (ou aparentam ser), com seus 20, 30 anos de idade, agindo pior que fã adolescente. Constrangedor.

Por outro lado...
Apesar dos equívocos gritantes da nova programação da RecordTV, é um tanto difícil de entender como "Belaventura" tem uma audiência tão baixa. Chegando a marcar menos que as novelas reprisadas na própria emissora.

A novela de Gustavo Reiz cumpre bem a sua proposta de trazer uma trama leve e despretensiosa. Sem intenção de reinventar a roda. É claro que o folhetim tem as suas falhas, e em um aspecto geral se mostra inferior à anterior "Escrava Mãe". Mas está complicado encontrar uma razão plausível para o fracasso.

O bom arroz com feijão
Na próxima sexta-feira (01/09), o "Cozinha Amiga" chega à sua 130º edição na Gazeta. A atração diária que vai ao ar na hora do almoço e que estreou esse ano, tem uma proposta simples e interessante. Não trás nada de novidade, a cada dia, um chef de cozinha diferente trás uma receita nova dentro de um tema.

Uma proposta simples, clichê, e tradicional dentro da própria emissora. Não tinha como dar errado. E o time de chefs são carismáticos e cumprem bem a missão dada.

Mas é bom falar...
Apesar da proposta simpática, seria muito mais interessante se a Gazeta aproveitasse a ideia para trazer algo novo para o horário. Sair da linha "apresentador cozinhando em estúdio colorido" que é algo já visto inclusive em outros programas femininos da emissora. Por que não sair da zona de conforto e do estilo "anos 90" um pouco?

Uma sugestão é que o "Cozinha Amiga" poderia ter o mesmo estilo do "Cozinha Prática" do GNT. Que tem a mesma proposta simples, mas que é gravado em uma cozinha de verdade, e com uma edição muito boa. Traria uma novidade mas sem sair do bom e velho "arroz com feijão". Fica a dica.

Fato
Dias atrás, o jornalista Flávio Ricco comentou em sua coluna no UOL sobre a descarada locação de emissoras de TV Aberta por Igrejas Evangélicas. Nada mais frisou algo que eu mesmo já falava a tempos, inclusive nesse blog.

O excesso de horários comprados na TV, sejam de religiosos, televendas, jogatinas e outros, já está visível e incomoda grande parte do público. Porém a tendência é só piorar. Muitas emissoras de televisão já jogaram a toalha, não querem mais saber de lucrar produzindo conteúdo próprio e gerando empregos. Em vez disso, preferem o caminho fácil, transformando suas concessões em meras locadoras de horário, e o dinheiro para pagar as contas vem da maneira mais simples.

E quanto aos órgãos responsáveis, estes lavaram as mãos há tempos.

Complicado
Nesta semana, o "Dancing Brasil" passou por uma situação inusitada. Duas participantes não puderam se apresentar na última noite. Carla Prata e Aline Rosa tiveram problemas durante os ensaios e correm o risco de serem desclassificadas caso não se recuperarem. Por conta disso, não houve eliminação no último episódio.

Mas não é a primeira vez que isso acontece. Semanas atrás Theo Becker foi desclassificado da competição por não conseguir se recuperar de uma lesão à tempo. Na primeira temporada, dois participantes passaram por esse problema.

Por mais previsíveis e esperados que esses incidentes possam ser, a produção deveria se atentar para esse fato. Não conheço muito sobre dança, mas algo não deveria ser feito para que problemas como esses aconteçam o mínimo possível? Isso acaba tirado um pouco o brilho da competição.

Um toque
O Telecine Play é um serviço muito bom, e o catálogo de filmes é bom extenso. Mas há um problema na reprodução dos filmes. O volume do áudio original dos longas é muito baixo. Comparado com o áudio dublado que tem um bom volume.

O serviço deveria prestar atenção nisso. Afinal, tem muita gente que prefere ver filmes com seu áudio original e intacto, sem qualquer dublagem. E não são poucos.

Há coisas que não mudam
Faltando poucos meses para o fim do ano, já é possível ver algumas notícias saindo em portais (de procedência duvidosa ou não) sobre o fim de contrato de alguns artistas e possível troca de emissora de alguns. As notícias parecem se repetir ano à ano, e o pior, sempre com os mesmos.

Raul Gil, Celso Portiolli, Ronnie Von, Gugu Liberato, e até Marcos Mion estão muito próximos de trocar de emissora. Segundo notícias de sites pequenos que se replicam em outros sites, com informações obtidas de suas "fontes não divulgadas". Claro que acontece de algumas dessas notícias soltas pela internet se concretizarem, mas a maioria delas com o tempo acabam se revelando meros boatos (pra não dizer palpites). E o pior: no ano seguinte as mesmas notícias se repetem. Virou redundância.

Para finalizar
O fato do povo brasileiro ter mais acesso à internet nos dias de hoje não significa nem de longe que o povo saiba como usá-la.

Chega a ser inacreditável como os falsos boatos se disseminam pela rede, principalmente em lugares como Facebook, WhatsApp, e agora também Twitter e YouTube. Notícias rasas, postadas muitas vezes em sites e blogs visivelmente rudimentares e se espalham rapidamente. E o público que deveria por obrigação fazer um filtro e verificar a procedência das notícias, acaba acreditando sem qualquer problema. E o pior, ajuda a espalhar mais ainda.

Isso é muito perigoso. E esse tipo de coisa não se resume às notícias sobre televisão. Em um tempo em que as pessoas parecem acreditar apenas naquilo que lhes forem convenientes, uma simples especulação colocada como notícia pode fazer um estrago enorme.

Então é isso. Espero que esse seja o primeiro de muitos. Até a próxima!

segunda-feira, 24 de abril de 2017

"Lady Night" traz Tatá Werneck em seu melhor estilo

Em meio à recente onda de talk shows que vem invadindo a TV Brasileira, Tatá Werneck ganhou o seu próprio "late night" no Multishow. O "Lady Night" que estreou semana retrasada já mostrou em poucas edições todo o seu potencial, e também do de Tatá como apresentadora.

Visualmente, o novo programa não trás nada de novo. Plateia, banda, bancada, caneca, humoristas fazendo intervenções.O diferencial é justamente o foco da atração, que não é na entrevista em si, mas nas diversas brincadeiras que Tatá faz com os convidados. Além das perguntas que ela faz, imprevisíveis na maioria das vezes, fazendo os presentes caírem na gargalhada. O ponto alto é o quadro "Conversa com Especialista". Totalmente debochada, Tatá conversa com especialistas nas mais diversas áreas. Sempre fazendo os convidados saírem do sério com as perguntas mais absurdas.

"Lady Night" sem dúvidas, trás o melhor de Tatá Werneck. Mostrando todo o talento da comediante no improviso. Revelada na antiga MTV Brasil, foi em programas como o "Quinta Categoria", "Comédia MTV" e "Trolalá", que Tatá mostrou ser uma humorista de estilo debochado e único. Tendo a capacidade de fazer piada com qualquer coisa. Foi tudo isso que fez ela ganhar espaço em algumas novelas da Globo e em atrações do Multishow como o "Tudo pela Audiência".

Em dez edições já exibidas, o talk show já teve muitos pontos altos. As entrevistas com Sandy, Celso Portiolli, Maria Gadú e Tiago Iorc foram as melhores até então. Mesmo em pouco tempo, "Lady Night" já mostram ter fôlego para fazer a atração se tornar um dos melhores talk-shows exibidos atualmente na TV Brasileira (se não o melhor). Certamente o programa do Multishow se mostra como uma das melhores novidades trazidas pela televisão em 2017.

quinta-feira, 13 de abril de 2017

"Novo Mundo" tem ótimo início

Semanas atrás estreou "Novo Mundo", a nova novela das 18h escrita por Thereza Falcão e Alessandro Marson. A trama tem a árdua missão de suceder e elevar os índices herdados da apática "Sol Nascente". Mas, analisando pela qualidade, pode-se dizer que vem cumprindo bem a tarefa.

A novela tem como pano de fundo a época do Brasil pré-independência. Algo que já foi explorado em novelas recentes como "Liberdade, Liberdade" e "Escrava Mãe" (da RecordTV). Interessante ver como a televisão atualmente tem dado destaque para esse importante momento da história do país.

As sequências são de encher os olhos, além do trabalho de cenografia e figurino impecáveis. Bem Hollywoodiano. Mostra como a Globo trazer uma identidade diferente ao horário das 18h. Além dessa, tramas como "Além do Tempo", "Sete Vidas" e "Meu Pedacinho de Chão" se destacaram positivamente pelo melhor acabamento em comparação à novelas de outras faixas.

O elenco também é um grande ponto positivo. Acertaram em cheio ao apostar em Isabelle Drummond e Chay Suede como protagonistas. Atores queridos do público e que já mostraram ter uma boa química na primeira fase de "A Lei do Amor". Anna e Joaquim ganharam torcida logo no primeiro capítulo. E quem também ganhou o carinho do público foi Leopoldina (Letícia Colin). A atriz já havia feito um incrível trabalho na minissérie "Nada Será Como Antes", e agora, demonstra maturidade e talento ao interpretar uma importante personagem histórica.

Quem terá uma árdua missão pela frente é Caio Castro. Ele interpreta D. Pedro, papel que lhe exige grande cobrança. Mesmo com as conhecidas limitações, até aqui, tem feito um bom trabalho. E o mesmo vale para Rodrigo Simas, correto como Piatã. Já Viviane Pasmanter mais uma vez roubou a cena. A veterana atriz está impagável como a divertida Germana, rendendo ótimas cenas.

Com um roteiro afiado, "Novo Mundo" é um autêntico folhetim das seis que mescla sequências de ação e cenas de aventura. Até agora, vem se mostrando como a melhor novela no ar, e a torcida é para que continue assim.

terça-feira, 21 de março de 2017

"Prime Home Decor" tem (pásmen!) uma ótima trilha sonora

Quem tem o costume de zappear pelos canais obscuros da parabólica ou das operadoras de TV por assinatura já deve ter se deparado com os infames "leilões de jóias". Programas independentes exibidos em canais rurais minúsculos, que se resume em longas horas do apresentador ou apresentadora tentando vender o peixe, ou melhor, "as lindas joias da programação". Anéis, relógios e tapetes são apresentados à exaustão em uma "vitrine eletrônica", cujos produtos aparentemente luxuosos se contrapõem com o baixo orçamento do programa em si.

O "Prime Home Decor" não é bem um leilão de joias, mas a proposta é praticamente a mesma. Já exibido nas madrugadas do Terra Viva e do Canal Rural, o televendas é exibido ao vivo e se propõe a vender artigos de luxo e de antiguidade. Dentre móveis, tapetes, aparelhos de jantar, faqueiros, jogo de copos, quadros, entre outros. Também já foi chamado de "TV Decor", "TV Casa VIP" e "TV Casa Cor".

Dizem queluxo demais vira breguice. Essa regra pode ser aplicada ao programa e seus produtos. Um de aparência mais duvidosa e cafona que o outro (com todo respeito à quem gosta). É jogo de copo com detalhe em ouro, penteadeira com alças de ouro, aparelho de porcelana com detalhe em ouro. Ouro, muito ouro, "Ishalá"!

O apresentador ou apresentadora tem o trabalho óbvio de promover os produtos. E daí vem chavões do tipo "Olha esses detalhas! Que riqueza!", "Vai ficar ótimo na sua casa de campo, na sua fazenda", "Pra você oferecer aquele jantar maravilhoso", "A rainha da Inglaterra tem um no quarto dela". Frases repetidas por horas pela madrugada. A "pobreza" da produção acaba se contrapondo ao luxo dos artigos. O infomercial é gravado em um galpão bem simplório, onde todos os produtos são colocados. Enquanto o câmera passeia por entre eles.

Mas o maior destaque do programa chega a ser curioso por ser algo positivo. A boa seleção de músicas tocadas enquanto os produtos são mostrados no vídeo sem narração do apresentador. Clássicos anos 70 como ABBA, Queen e KC and The Sunshine Band dominam a atração, junto com sons mais recentes como os de Rihanna, Coldplay, Maroon 5 e Ed Sheeran. Júlio Iglesias também tem um espaço cativo no televendas. Além de hits antigos como "Forever Young", "Stand By Me" e "The Reason", o programa também toca versões orquestradas de músicas de sucesso. "El Arbi" tema árabe inesquecível da novela "O Clone" é figurinha carimbada.

A seleção musical do "Prime Home Decor" chega a ser uma atração à parte. Seja lá quem for o sonoplasta que faz a playlist, com certeza está de parabéns.

quinta-feira, 9 de março de 2017

"Fábrica de Casamentos" tem boa estreia

O SBT promoveu nesse sábado (04), um dia de novidades. Teve a estreia do "Operação Mesquita" com Otávio Mesquita e a segunda temporada de "Duelo de Mães" com Ticiana Villas Boas. E principalmente do aguardado reality show "Fábrica de Casamentos". A atração comandada por Chris Flores e Carlos Bertolazzi era para ter estreado em 2016, mas acabou sendo adiada para este ano.

O programa trás o retorno de Chris Flores ao SBT. Para quem não sabe, ela deu as caras na TV pela primeira vez na emissora do SBT, como colaboradora do programa "Falando Francamente". Sua trajetória e evolução em frente ao vídeo é uma das mais interessantes da TV Brasileira. De uma jornalista tímida e sóbria, tornou-se uma das apresentadoras mais queridas do país, desenvolta e carismática. Uma evolução à olhos vistos durante os anos em que fez parte do time de apresentadores do "Hoje em Dia".

O programa, composto por um "time", cada qual com sua especialidade, tem a missão de realizar uma festa de casamento por episódio, em poucos dias. Durante o processo, eles tem que lidar com a correria, os percalços e as exigências dos noivos. E essa é a parte principal do show. O reality traz elementos vistos por exemplo, em realities como o "Fazendo a Festa" do GNT e do "Corre e Costura" do FOX Life (e reexibido pelo próprio SBT). Carlos Bertolazzi também aparece como apresentador ao lado de Chris. Sua escalação foi para compensar a sua saída do comando do "Cozinha Sob Pressão".

Logo na estreia, o programa já mostrou que pode prometer e muito, e o elenco funcionou bem. No primeiro episódio, os noivos Kátia e Alexandre, são dançarinos profissionais de tango e sonhavam com uma festa que remetia à esse tema. E logo de cara, o casal fez uma série de exigências que deixaram o time de boca aberta. Beca Milano, responsável pela confeitaria, teve que lidar com o desejo de um bolo luminoso e teve que recorrer à cenografia do SBT para isso. A organizadora Elisa Tavares visitou a ala de contra-regra da emissora para encontrar objetos para a decoração. Chris Flores tentou correr atrás da artista que inspirou o nome da gata falecida da noiva, mas não obteve sucesso. E também organizou uma surpresa com os familiares dos noivos.

Já Bertolazzi e Hugo Grassi (o vice-campeão da segunda edição do "Cozinha Sob Pressão") tiveram que correr atrás de uma parrilleira. No dia do casamento, vários problemas surgiram. Estava chovendo e a área externa não poderia ser usada. Não dava para ligar as luzes do bolo. Além da parrilleira, que acabou vindo outra no lugar da esperada, uma maior. Visivelmente nervosa com toda a situação, Elisa foi no meio da chuva ironizando toda a situação. Momento alto do episódio.

Importante destacar um fato importante. Bertolazzi é um dos apresentadores da atração. Mas nesse episódio, pareceu sem função. Pouco apareceu. Seu maior destaque foi levar o noivo ao alfaiate. Até mesmo nas cenas correspondentes ao buffet da festa, a impressão que se tinha era que Hugo fazia tudo sozinho e o chef apenas intermediava. Mas não chegou a ser um grande problema, pode ser corrigido nos próximos episódios.

Um ponto negativo foi a postura do estilista Lucas Anderi. A noiva não queria um vestido branco, e queria que o mesmo tivesse uma fenda na coxa para que ela pudesse andar. O estilista fez um vestido branco e criticou a ideia da fenda até não poder mais. Na chegada da noiva ao scasamento, ele criticou a cor do buquê. Passou a imagem de arrogande. Mas após a cerimônia, durante a festa, ele surpreendeu a moça e cortou a bendita fenda no vestido dela na frente de todos.

E depois, tudo deu certo no final. O casal recebeu surpresa atrás de surpresa. Eles ganharam uma passagem para a Argentina, no hotel que eles tanto sonhavam. 

"Fábrica de Casamentos" mostrou no primeiro episódio que pode ser uma ótima atração para as noites de sábado. Um reality show de proposta simples, mas com a "pimenta" típica dos realities da TV aberta. A correria do "time dos sonhos" se destaca mais do que os noivos. Pode funcionar como um descanso para as competições de culinária exibidas pelo canal nessa mesma faixa.

domingo, 5 de março de 2017

Por que querem tanto acabar com o "Mais Você"?

Recentemente saiu uma boato na mídia de que o "Mais Você" estava com os dias contados. Segundo a tal nota, a intenção da Globo era dar fazer uma temporada de despedida para o programa de Ana Maria Braga. A intenção era que o matinal dê espaço para uma atração com uma pegada mais jornalística, combinando com os telejornais que vão ao ar antes.

Essa ideia pode até ser justificável, pois analisando a audiência atual, o "Mais Você" costuma perder para o "Fala Brasil" da Record. Uma revista eletrônica mais jornalística poderia manter os bons índices que começam desde cedo com o "Hora Um" e vão subindo com o "Bom Dia Praça" e "Bom Dia Brasil". Fazendo assim uma ponte para o "Bem Estar" e o "Encontro", cujos formatos tem um estilo mais de prestação de serviço. Com isso, as manhãs Globais se tornariam essencialmente jornalísticas, se assemelhando com a programação matinal já vista na Record TV.

Porém, esse boato parece ter pouco ou nenhum fundamento se formos ver que já não é de agora que aparecem boatos sobre o fim do programa, e até sobre a saída da apresentadora da emissora. E é no começo do ano, quando Ana tira férias, que as notícias ganham mais intensidade.  No final de 2014, saiu a notícia que Ana estaria em negociação com a Record para apresentar uma atração nos moldes do histórico "Note e Anote", onde a loira se consagrou na TV. A nota ainda frisava que ela, ao se mudar para o Rio de Janeiro em 2008 (quando o "Mais Você" teve sua produção mudada para o Projac/Estúdios Globo), passou a morar em um pequeno apartamento. Essa nota havia sido publicada inicialmente pelo site Blasting News (que já é conhecido por postar notícias falsas), e o TV Foco sem chegar fontes, republicou. Daí a notícia se espalhou e teve gente que acreditou.

Assim que Ana voltou de férias, em janeiro de 2015, Ana tratou de desmentir todo o boato. Mesmo assim ele voltou com tudo no início de 2016, e ela novamente tratou de negar. Em meados de outubro do mesmo ano, surgiu rumores de que ela estaria cansada de apresentar o matinal. Visivelmente incomodada, ela abriu seu programa comentando sobre o caso: "Vão ter que me aturar, entendeu? É muita fofoca. Realmente é um saco. Desestrutura a minha equipe, por que não é todo o mundo que vem perguntar se é verdade que vou sair, se estou cansada". Ela ainda debochou das falsas notícias, e afirmou que ficaria doente se parasse de trabalhar.

E em janeiro desse ano, o site da revista Veja noticiou que 2017 seria o último ano do  "Mais Você". Tudo isso leva para um questionamento: Por que querem tanto o fim do programa? São tantos boatos que são soltos na internet que dá a impressão de que querem que Ana Maria Braga saia de vez da programação da Globo. E o pior, sem um grande motivo aparente.

O "Mais Você" pode ter problemas de audiência, mas é o matinal mais tradicional da televisão brasileira. Há quase 18 anos no ar, é um dos programas campeões de faturamento dentro da emissora. Quadros como o "Super Chef" e o "Jogo de Panelas" sempre repercutem nas redes sociais. Não faria sentido a Globo retirar do ar um programa  consagrado que dá certo.

É verdade que quando a atração mudou suas operações para o Rio lá em 2008, um pouco da identidade inicial foi perdida. Mas com o tempo, o "+vc" conseguiu se adaptar e hoje é um programa totalmente integrado à programação da emissora. Ana Maria Braga é uma das apresentadoras mais queridas do Brasil. Com uma personalidade única, ela consegue brincar com as próprias trapalhadas, e sabe falar série quando é preciso. Transmite uma segurança inigualável ao apresentar um programa diário ao vivo.

Logo, os rumores de uma possível volta à Record também não fazem sentido. Primeiro porque a Record não iria fazer uma contratação milionária nos tempos de hoje, Xuxa foi um exemplo. Segundo, Ana está no melhor lugar e no melhor momento. Por que ela largaria tudo isso simplesmente para voltar para a emissora na qual saiu brigada?

Portanto, é mais fácil acreditar que o "Mais Você" terá um longo caminho pela frente (e o blog torce por isso). Quem não gosta, vai ter que aguentar. Mas, se por alguma questão o fim for inevitável, uma ótima sugestão era aproveitar Ana Maria em um talk show noturno semelhante ao que ela apresentava na Record nos anos 90. Um desejo antigo de alguns fãs.

quinta-feira, 2 de março de 2017

"Bastidores do Carnaval" ficou maçante

Não existe coisa mais tradicional na televisão brasileira que a época do Carnaval. Os anos passam e as emissoras mantém os velhos hábitos de cobrir a folia. Nada ou pouca coisa muda. Para alguns, é algo chato e repetitivo. Mas para quem gosta, é até melhor que seja assim.

Pode-se dizer que os "Bastidores do Carnaval" da RedeTV! é uma tradição. Não tão antiga, é verdade. Mas que já é conhecida do público. Desde 2002, a cobertura especial da emissora tem a pretensão de mostrar o "Lado B" do maior espetáculo da Terra (como como eles sugerem, o lado "mais divertido"). Durante vários anos, enquanto a emissora mostrava os bastidores dos desfiles das escolas de samba e os repórteres corriam atrás das celebridades nos camarotes, momentos bizarros aconteciam, ao vivo ou não. Momentos de besteirol rolavam quando Monique Evans e a trupe do "Pânico" cobria o "Gala Gay" por exemplo.

"Bastidores do Carnaval" era, e continua sendo, puramente tosco. Qualidade passa longe daquilo, e a intenção é essa mesma. Mas cumpre sua missão de entreter apenas pelo trash. Sem grandes ambições. Por isso tornou-se um momento aguardado, principalmente pelo público das redes sociais ávidos pelos micos que podem viralizar na internet.

Mas nesse ano, é possível notar o enorme desgaste do formato. Desgaste esse que já não é de agora, mas nesse ano foi nítido ver como o especial se tornou cansativo e repetitivo. Nos quatro dias de folia, Nelson Rubens e Flávia Noronha comandaram a cobertura como de costume, fazendo uma ponte para as reportagens que se seguiram por horas pela madrugada.

Horas e mais horas do mesmo tipo de pauta. O corre-corre das celebridades e rainhas de bateria das escolas de samba. Os repórteres do "TV Fama" fazem as mesmas perguntas sofre as fantasias, a expectativa para a noite. Nada muda. Passistas desconhecidas ganham destaque, daí vem generosos closes no corpo das beldades. E como não tem muito o que perguntar para elas, os repórteres fazem as mesmas perguntas: "Como você consegue ficar com esse corpão:", "Há quanto tempo você desfila para a escola?". E tudo isso se repetiu por horas, e nos quatro dias de cobertura.

O casal Laura Keller e Jorge Souza surgiram como as novidades desse ano. Fantasiados, entrevistaram juntos diversos famosos, e fazendo as mesmas perguntas que os outros já faziam. Teria sido mais interessante que o casal vencedor do "Power Couple Brasil" tivesse um quadro que fugisse desse estilo.

O time de comentaristas também não chegou a ser surpreendente. Geisy Arruda, Núbia Oliver, Andrea de Nóbrega, Veridiana Freitas, Agnaldo Timóteo, nomes que vez ou outra batem ponto nos programas da emissora. Rogéria e Isadora Ribeiro foram as novidades. A musa dos anos 80 se mostrou elegante, e Rogéria com seu carisma abrilhantou os dois primeiros dias da cobertura.

E mesmo com o desgaste, alguns momentos tipicamente RedeTV! aconteceram. Logo no primeiro dia, uma musa apareceu em um link ao vivo  nua com o corpo pintado de verde. E numa rebolada e um close de câmera acabou literalmente mostrando demais. Até Nelson e Flávia se chocaram, e o momento viralizou absurdamente nas redes sociais.

No dia seguinte, uma passista mostrou sua tatuagem feita com o rosto de Donald Trump. Foi levantado o "debate". Já no terceiro dia, Léo Áquila e Agnaldo Timóteo eram os comentaristas da noite. O cantor cismou que o casamento de Léo era uma farsa e ela rebateu os comentários conservadores. A discussão virou a madrugada. Entre uma reportagem e outra, Nelson trazia de volta o assunto à tona. Claramente um momento forçado para causar polêmica e repercutir. Mas a moça de verde do primeiro dia já havia ofuscado tudo.

No geral, os "Bastidores do Carnaval" da RedeTV! tornou-se maçante e repetitivo. As mesmas reportagens, as mesmas situações. Ainda cumpre sua missão de ser tosco e viralizar na internet por isso, mas mesmo assim tornou-se previsível. O formato precisa ser revistado.

sábado, 25 de fevereiro de 2017

"Pesadelo na Cozinha" traz proposta fiel ao original.

A Band continua a aproveitar ao máximo o sucesso do "Masterchef Brasil", e com razão. Em um momento de crise em pleno ano do cinquentenário, o reality gastronômico é o único sucesso do canal em anos. E mesmo com tantas temporadas, o programa mostra que tem muito gás pra gastar.

Uma prova disso é a primeira estreia que a emissora lançou neste ano. "Pesadelo na Cozinha" trás Erik Jacquin no comando, o chef conhecido pelo seu jeito bonachão e ácido como jurado do "Masterchef" e que ganhou o carinho do público.

O novo reality é a versão brasileira do "Kitchen Nightmares", conhecido aqui por já ter sido exibido em canais pagos como o GNT e o Fox Life. "Kitchen Nightmares" mostra o famoso chef Gordon Ramsey atendendo a pedidos de ajuda de donos de restaurantes cujos estabelecimentos estão à beira da falência. E em meio aos mais diversos tipos de adversidades, ele consegue reerguer o lugar.

Jacquin tem a mesma missão no "Pesadelo na Cozinha". Ele ajuda bares e restaurantes a saírem do sufoco que eles mesmos causaram. Ao final, o estabelecimento ganha um novo visual e tudo parece estar bem. Mas para quem já assistiu a versão original, percebe um aspecto interessante em que a versão nacional se assemelha muito.

Nos cinco episódios já apresentados, pudemos ver que o motivo principal para os restaurantes estarem em péssima situação são os próprios donos. Muitas vezes orgulhosos, não conseguem admitir que eles são os verdadeiros culpados e não aceitam mudanças. Tanto que pudemos presenciar várias divergências entre eles e Jacquin (sendo que foram eles que se inscreveram para o programa). Com isso, os funcionários ficam desmotivados, e nada mais dá certo.

Erik Jacquin está impecável na apresentação. E arrisco dizer que tem se saído muito melhor que Ramsey. O chef francês é rígido nas broncas (merecidas, aliás), e sempre tem comentários sensatos sobre a situação dos estabelecimentos. Não grita e nem vocifera palavrões. Postura mais que correta e nada exagerada.

O reality não vai nada mal na audiência, pelo contrário. Após o fim das férias escolares, a atração foi a única das noites de quinta à não cair nos índices. Mesmo competindo com a tradicional "A Praça é Nossa", a prova do líder do "BBB17" e a excelente décima temporada do "Amor & Sexo", tem tido um ótimo desempenho nos números para o padrão da emissora. E em pouco tempo, essa temporada de estreia já teve momentos marcantes.

No primeiro episódio, marido e mulher comandavam o restaurante. Ele o gerente e ela a chef. Ele foi grosseiro diversas vezes com a esposa e até com o próprio pai. Todos acabavam desmotivados e o lugar era prejudicado. Ao final, Jacquin fez as vezes de conselheiro amoroso e tudo parece ter dado certo.

Algo parecido aconteceu no terceiro episódio. A esposa do dono do restaurante fez a inscrição para o programa, já que ele se recusava a pedir ajuda. Orgulhoso e preguiçoso, o marido não concordava com as ideias do chef e chegou a abandonar a cozinha no meio do expediente. Momento "SOS Casamento" entrou em cena novamente.

O segundo episódio foi em um restaurante de comida árabe. Tanto o dono quanto o chef, um refugiado sírio, eram grosseiros e não se entendiam. O quarto foi em um restaurante japonês, onde os três sócios não se entendiam, e acabavam sobrando para o único garçom do estabelecimento. Jacquin promoveu uma dinâmica à lá prova do BBB para que o trio se resolvesse.

Mas o melhor episódio de fato aconteceu nessa terça (21). Uma hamburgueria cujo problema maior não era a gerência, mas sim o atendimento. O único garçom era um sujeito folgado e sem educação que fazia o que bem entendia no trabalho. Era grosseiro com os clientes, gritava e fugia sempre que não aguentava a pressão. O dono o mantinha por pena, mas no final do episódio a paciência esgotou e ele acabou sendo demitido de vez.

O ponto negativo é a péssima estratégia da emissora em alavancar os índices. As chamadas anunciam o programa para as 22h30, mas todos sabemos que nunca começa nesse horário. O atraso chega a ser até de meia hora. Antes disso, a Band escala "Mr. Bean", sempre com os mesmos episódios que são picotados e cortados bruscamente. Falta de respeito com o telespectador.


Mas mesmo com esse problema, "Pesadelo na Cozinha" é uma ótima opção para as noties de quinta-feira. Se a Band souber aproveitar o sucesso sem desgastar, certamente terá um produto de boa longevidade, assim como o "Masterchef".

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

"Carinha de Anjo" mostra evolução do SBT no gênero

Pessoalmente tenho boas lembranças da novela mexicana "Carinha de Anjo" exibida pelo SBT. Não cheguei a ver em sua exibição original em 2001, mas em 2003 quando foi reprisada. Lembro das peraltices de Dulce Maria (Daniela Aedo), que sempre deixavam seu "papi" Luciano (Miguel de León), da Irmã Cecília (Lisete Morelos) e seu bordão "Pelas chagas de Cristo!", da excêntrica Tia Perucas (Nora Salinas), da divertida e comilona Irmã Fabiana (Adriana Acosta), da inesquecível Madre Superiora (Liberdad Lamarque) e de vários outros personagens. Fez parte da minha infância.

A decisão de fazer uma versão brasileira foi bem acertada. "Carinha de Anjo" tem cumprindo muito bem a missão de dar continuidade à faiza de novelas infanto-juvenis do SBT. A adaptação assinada por Leonor Correa mostrou que a dramaturgia do canal evoluiu tanto em questão de texto quanto na direção. Lógico que o maniqueísmo e os diálogos mais simples, além do colorido da cenografia ainda permanecem na atual novela. Faz parte do estilo e não vai mudar.

Mas é notável um melhor acabamento nesses aspectos. Os diálogos deixaram de ser tão didáticos e os cenários menos "plastificados". E isso se deve a boa escolha em colocar Leonor Correa e o diretor Ricardo Mantoanelli à frente da obra. Deu um respiro para a faixa, há anos nas mãos de Íris Abravanel e Reynaldo Boury, dupla que consolidou o gênero e agora tem o merecido descanso para se preparar para a próxima novela.

Passados 60 capítulos, é possível ver alguns pontos positivos.O principal é a escolha da protagonista. Lorena Queiroz foi um verdadeiro achado. A fofíssima atriz de 6 anos que interpreta Dulce Maria demonstra desenvoltura e talento de fazer inveja à muita gente grande. Outra escolha acertada foi a participação especial da atriz mexicana Lucero, que interpreta Tereza. Mãe falecida de Dulce que aparece nos sonhos da menina. As cenas com as duas na casinha de bonecas são sempre lindas.

Os atores Carlo Porto e Bia Arante que vivem respectivamente Gustavo e Cecília, casal principal da trama, tem o maior desafio. E até aqui, estão convencendo. Carlo tem uma atuação correta, porém é preciso melhorar a dicção. E Bia também tem se saído muito bem na pele da Irmã Cecília. A história da personagem traz altas referências ao filme "A Noviça Rebelde".

Outra que também tem um desafio e tanto nas mãos é Priscila Sol que vive Estefânia, a icônica "Tia Peruca". Muitos tem reclamado do jeito sério demais da personagem, o que na opinião deste humilde blogueiro, é uma injustiça. Quem acompanhou a versão original sabe que Estefânia mesmo sendo excentrica, nunca foi de fato uma personagem caricata. E Priscila tem dado o tom correto ao papel. É claro que é estranho ver uma figura que usa uma peruca da mesma cor que toda a roupa e todos acharem normal, mas faz parte da fantasia.

Karin Hills, que vive a Irmã Fabiana, é um dos grandes destaques da novela. A ex-Rouge é muito carismática e diverte com a atrapalhada noviça, que mescla momentos de humor e musical ao melhor estilo "Mudança de Hábito". Eliana Guttman também tem feito um ótimo trabalho como a Madre Superiora, apesar da personagem se mostrar rígida demais..

É interessante notar as diferenças em comparação à versão mexicana. Como por exemplo a existência da personagem Nicole (Dani Gondim). Se na versão original, ela era apenas uma moça ambiciosa que não chegava a fazer maldades e não tinha tanta importância na trama, nessa ela ganhou maiores ares de antagonista e tem até um núcleo próprio: com a mãe Haydee (Clarice Nisker), uma socialite falida caricata que usa a filha para voltar ao status de antigamente e o irmão mal carater Flávio (Dudu Pelizzari) que rouba dinheiro para coisas obscuras.

Outros núcleos também foram inseridos. Como o da youtuber Juju Almeida (Maísa Silva) e de sua mãe Rosana (Ângela Dip). Maísa reforça sua imagem carismática e forma uma ótima dobradinha com Ângela, atriz que há anos merecia um trabalho de destaque na televisão. Núcleo que se integra ao de Zeca (Jean Paulo Campos), jovem aspirante a cantor sertanejo e filho de Inácio (Eddie Coelho), caseiro do internato. Esse núcleo já deixa a desejar. Jean é um ator querido do público, mas sua atuação é fraca e seu sotaque caipira é forçado. Seu maior desafio é se livrar da imagem de "Cirilo" (que era reforçada pelo próprio SBT).

Também vale destacar a trilha sonora da novela. Músicas infantis famosas como "Lindo Balão Azul" e "Os Dedinhos", se juntam à clássicas cantigas como "Borboletinha" e "Atirei o pau no Gato". Lista de músicas bem escolhidas e coerentes com o clima que a trama quer passar.

Ao avaliar tudo o que foi ao ar até aqui, "Carinha de Anjo" é uma boa novela. A audiência não tem sido tão alta em comparação à estreia, o que é normal para um folhetim de pegada mais infantil que sucedeu duas novelas com pegadas mais adolescentes. Falhas existem, não teria como ser diferente. Mas percebe-se o empenho do SBT em deixar o desleixo conhecido em sua dramaturgia de lado. Até agora, a novela tem um bom ritmo, e a torcida é para que o SBT não invente de esticar a trama como fez com as anteriores, e que prejudicou a história das mesmas com longas barrigas.

domingo, 29 de janeiro de 2017

Amadora, "Sem Volta" seria ótima há dez anos atrás

A RecordTV lançou esse mês a minissérie "Sem Volta". Com roteiro assinado por Gustavo Lipsten e direção de Edgard Miranda , a produção ficou três semanas no ar.  Serviu para "cobrir" as férias dos programas da faixx no horário. Terminou com média geral de 6 pontos, mesmos índices que o programa de Xuxa Meneghel conquista no horário por exemplo.

A série gravada no final de 2015 e início de 2016 recebeu chamadas com bastante ação. Fazendo jus à proposta da série que se mostrava interessante. Totalmente inspirado em "Lost", "Sem Volta" contou a história de um grupo de montanhistas que se perde na floresta. Em meio a momentos de tensão, enquanto o passado e os dramas são revelados em flashbacks.

Mas o que se viu durante esses treze episódios foi algo muito aquém do esperado, aquém até da própria proposta apresentada. A minissérie usou e abusou das referências à "Lost", inclusive nos flashbacks dos personagens (que era exibido em um filtro de imagem alaranjado pavoroso, diga-se). Outro problema foi a fotografia. Imagem escura e cinzenta, fez a floresta parecer fake, como se muitas das cenas tivessem sido gravadas em estúdio.

O enredo foi outro ponto que não ajudou em nada. Os flashbacks foram mais movimentados que as cenas da floresta. Pouca coisa aconteceu. Os personagens passaram boa parte dos episódios gritando e brigando desesperados. Juliana (Camila Rodrigues) e Salomão (Angelo Paes Leme) passaram mais tempo discutindo a relação do que agindo para resgatar os perdidos. Aliás, eles só fizeram isso na metade da série.

Apesar de alguns apresentarem conflitos interessantes, os personagens não cativavam. Não dava para torcer para nenhum deles, pelo contrário, o desejo foi que todos morressem tamanha a irritação que muitos causaram. De dez diálogos de Yordi (Silvio Guindane), onze eram com ele gritando. Um insuportável. Outro mala da série doi Solis (Roger Gobeth), eternamente de cara enfezada. Gobeth, aliás, é um ator supervalorizado pela emissora. Elogios dos fãs do canal não faltam. Mas sinceramente? A única coisa que vejo nele são suas caretas de bobalhão. Nunca deixou de ser o Touro da "Malhação".

Algumas das cenas foram boas e causaram tensão, como a queda de Inês (Flávia Monteiro) do penhasco e João (Heitor Martinez) sendo levado pela correnteza. Já outras beiravam o ridículo. Como por exemplo a cena em que Solis teve a perna decepada pelos outros montanhistas. Era para ser a cena mais tensa da série se eles não usassem uma faca de cortar pão para fazer a amputação. Varias facadas foram feitas e o sangue sequer espirrou. Outro momento foi no capítulo final em que Veredas (Nicola Siri) mantém todos refém. O grupo poderia muito bem ter imobilizado o bandido, que aliás, poderia ser enquadrado como um dos criminosos mais canastrões da teledramaturgia brasileira. Muito exagerado.

Como ponto positivo, dá para destacar algumas atuações. Como a de Flávia Monteiro, que estava ótima. Camila Rodrigues e Angelo Paes Leme fizeram uma boa dobradinha e protagonizaram interessantes embates. Silvio Guindane mesmo com os exageros do personagem se saiu muito bem também.

Mesmo assim, "Sem Volta" se mostrou uma produção rudimentar demais até para os padrões da própria dramaturgia da Record. Na verdade, lembrou as produções obscuras que a emissora produzia na década passada. Para um canal que há pouco tempo atrás já produziu as interessantíssimas e bem produzidas séries "Plano Alto" e "Conselho Tutelar", a minissérie pareceu um retrocesso. Acabou sendo ofuscada pela primorosa "Dois Irmãos" que a Globo exibiu no mesmo horário.

Mas cumpriu a missão de pelo menos agradar os fãs da emissora. Os "Recordistas" se esbaldaram em elogios e puxa-saquismos para a produção. Eles que não costumam ser tão críticos com o canal acharam tudo lindo e maravilhoso. Ignoraram as falhar graves, e se jogaram na história.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

"Dois Irmãos" foi uma minissérie impecável

A minissérie "Dois Irmãos" terminou semana passada. Adaptada de um romance literário homônimo, a produção sai de cena com um saldo positivo. Elogiada por público e crítica além de uma audiência satisfatória. Enfrentou um grande desafio.

Nem sempre é fácil adaptar obras literárias para a TV. É preciso ser fiel a narrativa do livro ao mesmo tempo que não deixe o público confuso. Além disso, é importante adaptar a emoção passada pelo autor em determinada cena para o audiovisual.

Em muitos aspectos, "Dois Irmãos" teve uma qualidade de encher os olhos. Trazer uma história que retrata Manaus entre os anos 20 e 80 foi muito feliz. É sempre ótimo trazer para a TV lugares do Brasil que muitas pessoas não conhecem. Valoriza a nossa cultura. A marca da direção de Luiz Fernando Carvalho ficou nítida na tela. Trouxe a estética mais fantasiosa mas sem ficar lúdico demais, harmonizando com o tom mais sóbrio do enredo.

A minissérie narrou a saga e a rivalidade dos irmãos Yaqub e Omar (Matheus Abreu/Cauã Reymond), mas não é nenhum equívoco que a grande protagonista foi Zana (Gabriela Mustafá/Juliana Paes/Eliane Giardini). Pois todos os acontecimentos ocorridos foram causados pelas atitudes erradas da matriarca e esposa de Halim (Bruno Anacleto/ Antonio Calloni/ Antonio Fagundes. Sua descarada preferência ao caçula fez desenvolvera mágoa e o rancor no mais velho, e o egoísmo no mais novo que era mimado e não tinha limites.

As atuações foram o ponto alto da produção, uma sucessão de shows. Juliana Paes esteve ótima como a Zana da segunda fase e Eliane Giardini arrasou na terceira. A cena do último capítulo foi simplesmente de cortar o coração. Zana foi levada embora tendo delírios após uma profunda depressão causada pela morte do marido. E Eliane mostrou como é uma atriz completa.Antonio Caloni e Antonio Fagundes também deram um show, ambos na pele de Halim. A cena da morte do patriarca foi um dos pontos altos. Com poucos diálogos, Fagundes emocionou.

Cauã Reymond teve um grande desafio em interpretar os gêmeos de nuances tão contrastantes. Mesmo com suas conhecidas limitações de atuação, ele esteve ótimo. Foi sem dúvida o melhor trabalho de sua carreira. Aliás, Cauã se sai muito melhor nas minisséries (como aconteceu em "Amores Roubados")  que nas novelas, onde ele faz o mesmo tipo de papel. Já Matheus Abreu, que interpretou os gêmeos na fase anterior mostrou-se uma grata revelação.

Com um primor técnico inquestionável e surpreendentes, "Dois Irmãos" se encerra abrindo com chave de diamante a programação da Globo este ano. A Record exibiu quase simultaneamente a vergonhosa série "Sem Volta", agradando apenas os fanáticos pela emissora e acabou ofuscada pela grande produção Global, 2017 mal começou mas já é um forte candidato à melhor minissérie do ano.

sábado, 21 de janeiro de 2017

Record não soube valorizar "Escrava Mãe"

A novela da Record TV "Escrava Mãe" escrita por Gustavo Reiz já havia estreado com dois grandes obstaculos em seu caminho. O primeiro é o fato de ter sido totalmente gravada (por conta da falta de planejamento da emissora), pois havendo qualquer problema, ela não poderia ser mudada. O segundo é o fato de história com final já definido, afinal a história é um prólogo de "A Escrava Isaura". Afinal, como se envolver com uma trama cujo término se inicia com uma das histórias mais famosas do país?

Foi com tudo parecendo ir contra, "Escrava Mãe" estreou em 2016, e teve seu desfecho exibido na semana passada. A novela não chegou a ser um grande estouro em audiência, muito longe disso. Porém como obra, o salto foi muito positivo. Mostrou-se uma produção impecável em muitos aspectos, uma das melhores que a Record já produziu.

"Escrava Mãe" foi concebida com muito menos orçamento que as badaladas novelas bíblicas da casa. Os capítulos não custaram milhões de dólares. Mesmo assim mostrou capricho na fotografia e no figurino. Além de mostrar o que todos já sabem: para o telespectador o que importa é o conteúdo apresentado, e não o preço do mesmo.

Gustavo Reiz usou e abusou do folhetim e do dramalhão rasgado. e deu certo. E isso muito se deve ao texto maduro e bons diálogos. Ao contrário do que acontece em "A Terra Prometida" cujos diálogos beiram o infantilóide e irritam. O elenco também foi importante para que a história convencesse. Muito bem escolhido, um show a parte. Vários nomes se destacaram

Thaís Fersoza brilhou do começo ao fim. Surpreendeu o público com a megera Maria Isabel. A principal vilã da novela foi um tipo repugnante e odiável. Não havia nenhum sinal de humanidade em suas feições e atitudes. Não era uma vilã para se "amar". A postura e as feições de Thaís lembraram muito a interpretação de Lana Parrilla em "Once Upon a Time", e não é impossível que ela tenha se inspirado na Evil Queen da série. Foi o melhor momento de sua carreira. Fez uma boa dupla de malvados com o repulsivo Comendador Almeida (Fernando Pavão, que mostrou sua experiência e esteve ótimo).

Quem também arrasou em cena foi Jussara Freire, que esteve maravilhosa como Urraca. Perfil cômico que mesclava momentos dramáticos. A atriz nitidamente se divertia em cena e proporcionou momentos impagáveis. Fez uma ótima dobradinha com a também ótima Luíza Tomé. Rosalinda Pavão lembrou bastate Rosa Palmeirão de "Porto dos  Milagres" (personagem que a atriz intepretou), o núcleo da sua taverna e de suas "florzinhas" foi um ótimo alívio cômico. Rosalinda e o Capitão Loreto (Junno Andrade, atuação correta) formaram o casal mais interessante da trama. Ótima química.

Outro grande destaque foram os veteranos Luiz Guilherme (Quintiliano) e Bete Coelho (Beatrice). Quintiliano aliás, foi o personagem mais interessante da novela. Complexo, teve uma ótima química com Beatrice e gerou torcida na internet.

O casal protagonista não deixou a desejar. Juliana (Gabriela Moreira) e Miguel (Pedro Carvalho) fizeram jus ao posto de par principal. Gabriela mostrou talento e capacidade para encarar o desafio, e Pedro foi um ótimo achado. O ator português já famoso em sua terra natal teve a chance de mostrar seu talento no Brasil

Roberta Gualda teve um um desempenho sensacional como Teresa. Roberta tem evoluído à olhos vistos nas produções e esteve em seu auge. Era uma personagem difícil, uma mocinha sofredora e depressiva, poderia causar a rejeição do público, mas o público torcia por ela. Zezé Mota (Joaquina) e Adriana Lessa (Catarina) abrilhantaram em suas participações. Tia Joaquina protagonizou ótimos momentos da trama, e a Condessa Catarina teve uma trajetória muito interessante: uma ex-escrava que chegou à vila como uma Condessa e inicialmente uma vilã, mas por uma reviravolta tornou-se escrava novamente, dessa vez por Almeida.

Outros nomes também merecem destaque pelas boas atuações. Entre eles Milena Toscano (Felipa), Lidi Lisboa (Esméria), Sydney Santiago (Sapião) e Léo Rosa (Átila). Também teve ótimos destaques entre os veteranos, como Jayme Periard (o nojento feitor Osório), Antonio Petrin (Coronél Custódio, participação especial impecável) e Cássio Scapin (Tozé).

Mas como não existe novela perfeita, cabe destacar alguns pontos negativos, que felizmente foram poucos. Que recaem principalmente no ritmo da trama. Pouco antes da passagem de tempo da reta final pouca coisa acontecia. O casal Juliana e Miguel sofria, sofria e sofria. Sem nenhum alívio e em meio as irritantes lamurias de Miguel. Ficou cansativo.

Nas atuações, apenas dois nomes deixaram a desejar. Rafael Montagner teve um fraco desempenho como Tomás. Tornou o personagem canastrão e chato. Já o "superestimado" Roger Gobeth como Guilherme mostrou o mesmo estilo de interpretação já visto em trabalhos anteriores. A mesma cara de desanimo, não evoluiu..Parecia uma versão mais velha do Touro da "Malhação".

Porém, esses pontos negativos não comprometeram uma novela como um todo, e "Escrava Mãe" mostrou-se uma ótima produção. A co-produção com a Casablanca e a escolha da cidade de Paulínia para as gravações nesse caso foram muito bem acertadas. Elogiada pelo público e pela crítica, mereceu as indicações que recebeu em prêmios como o APCA e o Prêmio Extra.

´Já em quesito audiência, a novela não foi lá essas coisas. Cerca de 11 pontos de média-geral. Um ponto acima da meta, mas muito aquém do sucesso que os fãs da emissora alardeavam tanto que iria ser. Isso aconteceu sobretudo à estratégia do canal que deu errado.

"Escrava Mãe" era para ser a substituta de "Os Dez Mandamentos", servindo como uma "sala de espera" até "A Terra Prometida" ficar pronta. Só que a Record não previu o estouro que seria a saga de Moisés, e ficou preocupada se a saga da mãe de Isaura manteria os bons índices conquistados pela novela bíblica e entregaria bem para a próxima.

Aconteceu que "ODM" foi tão esticada que não deu tempo de contar tudo o que tinha para contar, e precisou de uma segunda temporada (que foi pavorosa, aliás). Então para ganhar tempo para produzir a continuação, a emissora decidiu reprisar minisséries bíblicas no horário

Com isso "Escrava" ficou na geladeira, enquanto já estava toda gravada. Decidiu-se que a novela reinauguraria o segundo horário de novelas da emissora. Inicialmente prevista para estrear em janeiro, foi adiada para março, depois novamente adiada para maio. Chamadas iam ao ar e a trama nunca estreava, chegou a ser constrangedor.

Por fim foi estabelecido que junho seria a data oficial e o horário seria o das 19h30, com a intenção de não competir com "Totalmente Demais" da Globo e seus altos índices, e acabou estreando junto com "Haja Coração". O tiro saiu pela culatra, a trama de Daniel Ortiz manteve os 30 pontos do horário enquanto a de Gustavo Reiz ficou meio esquecida pelo público no horário, registrando índices modestos.

O "esquecimento" da novela ficou nítido até pela própria emissora que não a valorizou como deveria. Poucas chamadas, pouca divulgação, enquanto "A Terra Prometida" recebia todas as atenções possíveis. A impressão que se deu foi de "desprezo" pela obra. Por isso, os índices continuaram oscilando entre 9 e 12 pontos. Não subiu, mas felizmente não caiu tanto.

E pelo visto, a Record não vai saber lidar com estratégia e planejamento. A novela foi substituída pela reprise de "A Escrava Isaura" (porque a substituta "Belaventura" teve sua produção adiada). O repeteco requintado mostra que tal decisão não foi planejada se notar as diferenças com o final de "Escrava Mãe" com o início de "Isaura". No final de "EM", Juliana morre após dar a luz Isaura enquanto Almeida é deportado para a África pelos crimes que cometeu. Já em "Isaura", é relatado que Juliana havia morrido no tronco pelo pai de Leôncio (Leopoldo Pacheco), este que apareceu livre leve e solto na trama. Sem contar a produção modesta da novela de 2004, as comparações são inevitáveis.

Mesmo com todos esses erros cometidos pela emissora, "Escrava Mãe" continua sendo uma das melhores novelas que a Record já produziu. Figura no mesmo hall das ótimas "Vidas Opostas", "Chamas da Vida" e "Poder Paralelo". Uma ótima iniciativa.
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